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    Academia Brasileira de Letras racha e não elege sucessor de Ivo Pitanguy

    MAURÍCIO MEIRELES
    DE SÃO PAULO

    24/11/2016 17h36 - Atualizado às 14h59
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    Cecilia Acioli/Folhapress
    RIO DE JANEIRO, RJ, BRASIL, 23-08-2012, 15H: Entrevista com o filosofo e poeta Antonio Cicero, ex-colunista da Folha, que lanca novo livro. (Foto: Cecilia Acioli/Folhapress, ILUSTRADA)
    O poeta Antonio Cicero, um dos candidatos à vaga de Ivo Pitanguy

    A ABL (Academia Brasileira de Letras), que deveria eleger na tarde desta quinta-feira (25) o sucessor de Ivo Pitanguy, rachou —e com isso não elegeu ninguém. A votação foi realizada no Petit Trianon, no Rio de Janeiro, sede da instituição.

    Os dois favoritos à vaga eram o poeta e compositor Antonio Cicero e o cientista político Francisco Weffort, que não chegaram à maioria absoluta. A cadeira 22 está vaga desde a morte do cirurgião plástico, em agosto.

    Cecília Acioli - 12.dez.2012/Folhapress
    RIO DE JANEIRO, RJ, BRASIL, 12-12-2012, 16h30: O cientista político e ex-ministro da Cultura, Francisco Weffort, durante entrevista em sua casa no Rio de Janeiro (RJ). Ele lança o livro "Espada, Cobiça e Fé" sobre as origens históricas do Brasil e sobre como a violência que marcou a conquista do território brasileiro e o caréter nacional. (Foto: Cecília Acioli/Folhapress)
    O cientista político Francisco Weffort, que concorria a uma vaga na ABL

    O regulamento da Casa de Machado permite que sejam feitas até quatro votações e, para ser eleito, um candidato precisa ter maioria absoluta.

    Nas duas primeiras, ainda havia chance para o pesquisador musical Ricardo Cravo Albin, que acabou por ficar de fora. Nas duas ultimas, Cicero ficou com 17 votos, conta 14 de Weffort.

    Pelas regras, as inscrições para a vaga de Pitanguy são abertas novamente, e uma nova eleição será marcada.

    Agora os acadêmicos farão uma pesquisa nas atas da ABL para descobrir qual a última vez em que algo do tipo ocorreu. Em 2004, isso havia acontecido, na eleição que tinha como favoritos o poeta e crítico Antonio Carlos Secchin e a socióloga Maria Beltrão —uma nova eleição foi marcada, e Secchin foi o vencedor.

    O resultado da votação mostra uma divisão entre as alas em que a ABL se divide: a da cultura, que reúne os nomes ligados à língua e à literatura, e a dos notáveis, com os políticos, médicos e figuras de outras profissões não ligadas às letras.

    Essa divisão já havia aparecido na eleição anterior, na qual o economista Edmar Bacha foi escolhido, derrotando o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal Eros Grau, por 18 votos a 15. Bacha passará a ocupar, depois da posse, a cadeira 40, que foi do jurista Evaristo de Moraes Filho.

    Em geral, as eleições na Casa de Machado são decididas quase por unanimidade. No caso da disputa entre Bacha e Grau, a ala dos escritores via no jurista uma relação maior com a cultura humanista, enquanto o economista era o preferido dos notáveis.

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