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    Lady em 'Downton Abbey', Michelle Dockery limpa privadas em nova série

    MARIA CLARA MOREIRA
    DE SÃO PAULO

    27/11/2016 02h21

    Lady Mary Crawley limpa privadas imundas e mancha o nome da família em alguma espelunca do sul dos EUA enquanto tenta não voltar para a metanfetamina ou à cadeia.

    Após seis temporadas e três indicações ao Emmy, é difícil dissociar a imagem de Michelle Dockery do papel de aristocrata que a alçou à fama mesmo após o adeus de "Downton Abbey", em 2015.

    Ainda que a liberalização dos costumes se insinuasse nas últimas temporadas do novelão de época, a conduta da atriz em "Good Behavior" certamente consternaria o conde de Grantham, seu pai na finada produção britânica.

    O seriado, que o TNT estreia neste domingo (27), é sua primeira incursão na TV americana, onde "Downton" atraiu 10,2 milhões de espectadores."Mary se tornou parte de mim, mas admito que gostei de deixar de interpretar suas limitações e elegância", diz.

    Do berço de ouro dos Crawley, a personagem Letty Raines sequer viu a sombra. Filha de mãe solteira, caipira, viciada e sem estudo, ela é o que os americanos desprezam como "lixo branco" e ganha a vida roubando quartos de hotel e aplicando pequenos golpes.

    "Letty tenta ser a melhor versão de si mesma apesar de seus problemas. Acho que muitas mulheres irão se identificar com ela, mesmo se tratando de uma golpista viciada em drogas", diverte-se.

    Ao longo de nove episódios, o seriado, assinado por Chad Hodges e Blake Crouch –e com base em uma série de novelas deste último–, examina o que faz das pessoas boas ou más.

    Para Letty, a questão se apresenta quando, ao fazer a rapa em uma suíte, entreouve a conversa de um assassino profissional e seu cliente, que paga pela morte da mulher. Confrontada por sua própria índole, ela precisa decidir entre avisar ou não a futura vítima –ou seja, entre a pessoa que acredita ser e aquela que deseja se tornar.

    AMOR BANDIDO

    Dois criminosos entram em um bar. Javier (o projeto de galã Juan Diego Botto), à procura de uma transa; Letty, sem entender bem o porquê, determinada a impedir o assassinato que ele foi pago para cometer. O encontro dá início à mistura de coerção e tensão sexual que prenderá os dois em uma espiral de golpes e ambiguidades morais.

    "Letty e Javier se sentem ligados porque ambos viveram sozinhos à margem da sociedade, vendo o mundo de forma distinta e ouvindo constantemente que deveriam mudar quem são", diz Dockery.

    Entre um crime aqui e uma recaída acolá, a associação entre golpista e assassino vai além das falcatruas para escrutinar suas aflições íntimas.

    Se a devassidão moral não encontrou espaço em "Downton Abbey", ela é o principal receituário dos "dramas de prestígio" que tomaram a televisão americana desde a estreia de "Família Soprano", em 1999.

    "Good Behavior" é a tentativa mais recente do TNT de entrar para esse rol de dramas sisudos, dominado por HBO, AMC, FX, Showtime e Netflix.

    "A série é honesta em relação ao comportamento humano", afirma a atriz. "Nós vivemos cercados pelo ideal da perfeição na TV. Mensagens como 'compre a casa ideal, o telefone ideal, o carro ideal', mas ninguém é perfeito, e todos sofrem à sua maneira."

    NA TV
    GOOD BEHAVIOR
    QUANDO estreia neste domingo (27), às 22h30, no TNT Series

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