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    Corpo de Gullar será levado à ABL em cortejo público nesta segunda no Rio

    DO RIO

    04/12/2016 19h46

    O corpo do poeta, ensaísta, crítico de arte, tradutor, biógrafo e colunista da Folha Ferreira Gullar será levado num cortejo público nesta segunda-feira (5) da Biblioteca Nacional à Academia Brasileira de Letras, ambas no centro do Rio.

    O trajeto de cerca de 500 metros será percorrido às 9h. O enterro está marcado para as 16h, no Cemitério São João Batista, em Botafogo, zona sul do Rio.

    O corpo de Gullar será velado na Biblioteca Nacional na noite deste domingo (4) e na ABL na segunda.

    "As entrevistas que ele dava foram muito importantes para eu decidir pela música. É incrível depois se tornar amiga de um ídolo, fazer músicas. Nós amigos é que vamos sentir falta dele", disse a cantora Adriana Calcanhoto, que interpreta a composição "Traduzir-se", de Gullar.

    "Foi um convívio de muita amizade. Sempre de muita admiração da minha parte e de tolerância da parte dele", disse o jornalista Cícero Sandroni, também membro da ABL.

    De acordo com a poeta Cláudia Ahimsa, casada com Gullar, o poeta foi internado no dia 9 de novembro com pneumotórax (presença de ar entre as membranas que revestem o pulmão). Ele contraiu a pneumonia durante a internação, diagnosticada na sexta-feira (2).

    Foi medicado com antibiótico, mas pediu para que nenhuma outra intervenção fosse feita.

    "Ele disse: 'Se você me ama, me deixa ir embora'", disse Ahimsa.

    A filha Luciana Ferreira afirmou que, enquanto estava internado, ele pediu para ir à praia de Ipanema.

    "Ele foi num momento de muita paz. Foi como um pássaro brincalhão. O apelido dele de infância era periquito. É uma pessoa que vive a sua identidade até o fim. Ele muda suas opiniões para manter sua identidade", disse Luciana.

    O ministro da Cultura, Roberto Freire, comentou sua amizade com Gullar. "Era amigo dele. Primeiro pela militância política e depois nos tornamos amigos pessoais. Por conta de todos esses dissabores [políticos] que tivemos, isso nos aproximou. Ele tinha confiança na vida. Até dizendo que a vida não bastava. Por isso precisa-se da arte. Faltou o Nobel. Mas ele recebe o Nobel do povo brasileiro."

    O ministro Raul Jungman (Defesa) também esteve no velório.

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