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    Comandado por Hamilton de Holanda, Baile do Almeidinha chega a São Paulo

    THALES DE MENEZES
    DE SÃO PAULO

    06/12/2016 02h20

    Na próxima sexta (9), Almeidinha transfere sua festa do Rio para São Paulo. Quem cuida da mudança é o bandolinista Hamilton de Holanda, 40, que leva o Baile do Almeidinha do Circo Voador para o Sesc Pompeia.

    O show se repete no sábado. É a chance para o público paulistano conferir o clima de gafieira que faz sucesso há quatro anos e meio entre os cariocas.

    Com raízes no choro e no samba, mas transitando por vários estilos, Hamilton começou o baile de maneira despretensiosa. "Almeidinha pareceu um nome simpático", conta à Folha.

    "Fizemos o primeiro e estava vazio. Mas insistimos. No terceiro show, começou a encher. No quarto, fizemos um tributo a Dominguinhos, e aí pegou de verdade. Penso sempre num repertório para as pessoas dançarem e que permita e interação com outros artistas."

    Felipe Diniz/Divulgação
    O bandolinista Hamilton de Holanda, que toca no Sesc Pompeia
    O bandolinista Hamilton de Holanda, que toca no Sesc Pompeia

    PARCERIAS

    A lista de convidados que já passaram pela festa é enorme, como Maria Gadú, Arlindo Cruz, Zélia Duncan, João Bosco, Luiz Caldas e Geraldo Azevedo. Em outubro, o baile encerrou o festival de jazz de Ilhabela, com Ed Motta. No Sesc, estarão a cantora Paula Lima e o trombonista Raul de Souza.

    O músico comenta as diferenças entre dividir palco com cantores ou instrumentistas.

    "Posso soar óbvio, mas a diferença é mesmo a letra, um elemento a mais para o qual a gente tem de dar espaço. E aí a parte instrumental pode ficar acomodada ali só como acompanhamento. Com o instrumentista, sobra mais espaço para você criar. Em qualquer caso, vou tentando achar o espaço certo para o bandolim. Sem roubar a atenção, mas sem deixá-lo abandonado no palco, feito jiló no cantinho do prato."

    PRATELEIRAS

    Entre trabalhos solo e colaborações, são mais de 30 discos desde a estreia fonográfica, em 1997, com o Dois de Ouro, duo com o irmão Fernando César.

    Mas este fim de ano está particularmente farto para Hamilton, com três obras nas prateleiras das lojas.

    "Mundo de Pixinguinha "" Ao Vivo" é um especial feito para o Canal Brasil em 2013, mas agora ganha edição em DVD, com extras. Hamilton toca ao lado de um quarteto. Outra releitura do repertório de um nome consagrado está no CD "O Samba de Chico", com 15 recriações de canções de Chico Buarque. O próprio compositor participa, nas faixas "A Volta do Malandro" e "Vai Trabalhar, Vagabundo".

    Hamilton busca equilibrar respeito aos originais com inovação. "Em 'Construção' e 'Deus Lhe Pague', por exemplo, fui muito fiel às músicas. Já 'Quem Te Viu, Quem Te Vê' é o contrário, improviso do começo ao fim. Tanto que, quando mostrei ao Chico no estúdio, ele perguntou se aquela música era mesmo dele."

    Outra faceta de Hamilton disponível nas lojas é o álbum "Alegria", que gravou com a Orquestra do Estado do Mato Grosso, a convite do regente Leandro Carvalho.

    É um projeto para o público infantil, unindo temas de desenhos animados e games.

    "Quando criança, eu via desenhos e ficava tentando tirar as músicas do 'Picapau' e dos 'Flintstones' no bandolim. Quando comecei a escolher esse repertório, veio a vontade de compor, então fiz a "Suíte da Infância'".

    No Baile do Almeidinha, e também em suas apresentações regulares, que chama de "show arroz com feijão", Hamilton de Holanda mostra por que é o instrumentista mais relevante na MPB atual.

    BAILE DO ALMEIDINHA
    QUANDO sexta (9) e sábado (10), às 21h30
    ONDE Comedoria do Sesc Pompeia, r. Clelia, 93, Pompeia, tel. (11) 3871-7700
    QUANTO de R$ 9 a R$ 30, no site ou nas bilheterias

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