• Ilustrada

    Saturday, 04-May-2024 17:00:44 -03

    Fidel Castro atuou como 'consultor extraoficial' de Gabriel García Márquez

    DE SÃO PAULO

    07/12/2016 17h23

    A conhecida amizade entre o antigo líder cubano Fidel Castro (1926-2016) e o escritor colombiano Gabriel García Márquez (1927-2014) traduziu-se em parceria profissional.

    "O presidente era um leitor ávido. Quando os dois se conheceram, em 1977, tiveram diversas conversas sobre literatura, e eventualmente Fidel se ofereceu para ler os manuscritos dele, por ter um olho bom para detalhes", afirmou ao jornal "The Guardian" a acadêmica Stéphanie Panichelli-Batalla, professora de estudos latino-americanos na Aston University, no Reino Unido.

    Segundo a pesquisadora, que escreveu sobre a amizade de ambos em "Fidel & Gabo" (2009), Fidel passou então a atuar como um consultor extraoficial de Gabo, que mandava seus escritos para Havana antes de submetê-los à sua editora. "Após ler 'Relato de um Náufrago', Fidel disse a Gabo que havia um erro no cálculo da velocidade do navio. Isso levou Gabo a pedir que lesse seus manuscritos."

    Alejandro Ernesto - 3.mar.2002/Efe
    BOG500 BOGOTÁ (COLOMBIA) 18/04/2014.- Fotografía de archivo del 3 de marzo de 2002 del líder cubano Fidel Castro (i) conversando en La Habana con el escritor colombiano y premio nobel de literatura, Gabriel García Márquez, durante la cena de gala del II Festival Internacional del Habano. Los medios cubanos celebraron hoy, viernes 18 de abril de 2014, el legado del fallecido García Márquez, al que tildaron de "hombre infinito", "hijo ilustre de Macondo" o simplemente Gabo, a la vez que recordaron su "entrañable" amistad con el expresidente Fidel Castro. EFE/ARCHIVO/Alejandro Ernesto ORG XMIT: BOG500
    Fidel Castro (esq.) conversa com Gabriel García Márque em 2002

    As correções do líder cubano, porém, se limitavam a erros factuais e de gramática, explicou Panichelli-Batalla, como especificações de um rifle em "Crônica de uma Morte Anunciada" e compatibilidade de balas.

    Ao longo de seus anos de amizade com Fidel Castro, García Márquez não escondeu seu deslumbramento com o revolucionário, a quem se referiu como "um homem de costumes austeros, mas de ilusões insaciáveis". A morte do colombiano em 2014 deixou Fidel "consternado", segundo Miguel Díaz-Canel.

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024