Proposto em 2013 pelo vereador Andrea Matarazzo (PSD), o projeto de lei que institucionaliza a Virada Cultural no calendário paulistano foi aprovado nesta quarta-feira (7) em primeira votação na Câmara Municipal.

O texto obriga a prefeitura a "ter como referência principal, mas não exclusiva, o centro histórico da cidade" e a ocupar outras subprefeituras.

Também prevê que o evento aconteça em um final de semana no primeiro semestre, "preferencialmente no mês de Maio", com "duração de 24 horas ininterruptas.

Deve ir a segunda votação na semana que vem e, depois, segue para aprovação do prefeito Fernando Haddad (PT). Ou de Doria, caso não avance ainda neste ano.

Segundo Matarazzo, a entrada do projeto na pauta do dia não tem a ver com o atual debate sobre a Virada, mas com a disposição em aprovar suas propostas em seus últimos dez dias na Câmara: "É agora ou nunca". A votação foi simbólica: o presidente da sessão lê o projeto e, caso todos estivessem de acordo (como ocorreu), ele passaria sem arguição.

O vereador disputou a última eleição como vice de Marta Suplicy (PMDB) e deixou o PSDB acusando Doria de fraudar as prévias do partido, pelo qual esperava disputar a prefeitura.

Na segunda (5), o prefeito eleito afirmou que transferiria todo o evento para o Autódromo de Interlagos, na contramão do que sugere o projeto. Na terça (6), o futuro secretário de Cultura, André Sturm, retificou o anúncio e disse que o evento continuará no centro e em outros equipamentos da prefeitura na cidade. Em Interlagos, apenas os grandes shows da programação.

"Quando esse projeto, imaginava ser prefeito. [O propus] até para assegurar que nenhuma gestão acabasse ou descaracterizasse a virada em seu conceito original, que é de cultura, não um evento", afirma Matarazzo.

Na segunda, após as declarações de Doria, o vereador criticou à Folha a mudança total da Virada para Interlagos. "Seria tipo um show da Madonna, com camarote VIP, com pulseirinha para entrar."

Ele diz acreditar que a temperatura do assunto irá acelerar a aprovação do projeto ainda nesta gestão, após as declarações de Doria e de seu secretário de comunicação, Fábio Santos, de que "a galera que vem da perifa" era a responsável por arrastões na virada e pela mudança da festa para Interlagos.