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    Governo de SP planeja reabertura do Museu da Língua Portuguesa em 2019

    DE SÃO PAULO

    12/12/2016 12h20

    O governo do Estado de São Paulo anunciou nesta segunda (12) parcerias e prazos para a reconstrução do Museu da Língua Portuguesa, destruído por um incêndio no ano passado. O início das obras está programado para este mês.

    O projeto será financiado por um convênio formado com a EDP, o Grupo Itaú e o Grupo Globo –cuja Fundação Roberto Marinho já era parceira do museu– e supervisionado pela IDBrasil, organização social responsável pela gestão da instituição.

    Segundo o anúncio do governo, a reconstrução será baseada no projeto original do museu e prevê a restauração das quatro fachadas do prédio, bem como a recuperação das esquadrias de madeira atingidas pelo incêndio. O projeto terá a consultoria do arquiteto Pedro Mendes da Rocha, que foi responsável pelo desenvolvimento do projeto original do museu junto com seu pai, Paulo Mendes da Rocha.

    As obras nas fachadas e esquadrias do edifício da Estação da Luz começam neste mês e devem ser concluídas em dezembro de 2018, quando será iniciada a implantação do museu com previsão de conclusão para março de 2019. O novo prazo excede em um ano as previsões iniciais que projetavam a reinauguração no prazo de dois anos.

    O custo total da reconstrução foi estimado em R$ 65 milhões –dos quais R$ 36 milhões serão investimento de iniciativa privada e R$ 34 milhões provenientes da indenização do seguro incêndio. De acordo com comunicado, R$ 3 milhões já foram investidos em "ações emergenciais" e R$ 2 milhões serão destinados ao primeiro ano de manutenção do museu.

    INCÊNDIO

    Patrimônio histórico na região central de São Paulo, o complexo da estação da Luz —que engloba a estação homônima de transporte e o Museu da Língua Portuguesa— foi parcialmente consumido por um incêndio no dia 21 de dezembro de 2015.

    O fogo começou por volta das 15h50 e foi controlado após duas horas e meia. O bombeiro civil Ronaldo Pereira, 39, que trabalhava no local, fechado às segundas para visitas, morreu após parada cardiorrespiratória devido à fumaça.

    As chamas destruíram o segundo e o terceiro andares do prédio, e o teto de madeira desabou. Inaugurado em 2006, o museu era um dos mais visitados da capital paulista. Seu diretor, Antonio Carlos Sartini, espera reabri-lo até 2018.

    Assista

    "O museu foi totalmente afetado, é uma tragédia", afirmou o secretário do Estado da Cultura, Marcelo Araujo, na ocasião. Todo o acervo do local é digital e, de acordo com ele, conta com cópia de segurança.

    A estrutura da estação de trem, erguida em 1867, não sofreu dano. Construída para ser a grande porta de entrada da cidade, por onde passaria o café do interior e os imigrantes vindos de Santos, a Estação da Luz, muito semelhante à atingida agora, existe desde 1902. Uma outra, modesta, funcionava ali desde 1867.

    "O que veio da Europa, desmontado, era o teto de aço. Os tijolos, por exemplo, foram feitos aqui, em olarias que a própria SP Railway incentivava que fossem feitas", afirma o arquiteto Lúcio Gomes Machado, professor da FAU (Faculdade de Arquitetura e Urbanismo), da USP.

    A partir dos anos 1950, com o incentivo ao transporte por automóvel, as ferrovias caíram no ostracismo. No centenário do prédio, em 2002, começaram as obras de restauração do edifício. Parte do local, que estava em estado de abandono, é que recebeu o Museu da Língua Portuguesa.

    O museu e todo o complexo da estação da Luz não tinham aval dos bombeiros para funcionar.

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