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    Fura dels Baus rompe com empresário suspeito no caso do Municipal

    GUSTAVO FIORATTI
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

    21/12/2016 02h30

    O escândalo do Theatro Municipal, cujas contas são investigadas pelo Ministério Público Estadual de São Paulo desde o fim do ano passado, teve desdobramentos fora do país.

    Em razão da evolução das investigações na promotoria pública, o grupo catalão La Fura dels Baus se desligou do agente argentino Valentin Proczynski, que o representou em diversas situações, inclusive junto à gestão do teatro.

    O rompimento se deu, segundo o diretor do grupo, Carlus Padrissa, após o Ministério Público apontar Proczynski como suspeito de ter utilizado a fama dos catalães para desviar recursos do teatro.

    Divulgação
    Espetáculo "El Amor Brujo - El Fuego e La Palavra", do grupo La Fura Dels Baus Crédito Divulgação ***DIREITOS RESERVADOS. NÃO PUBLICAR SEM AUTORIZAÇÃO DO DETENTOR DOS DIREITOS AUTORAIS E DE IMAGEM***
    Espetáculo ""El Amor Brujo", do grupo La Fura Dels Baus

    Proczynski agenciou a contratação do Fura em três ocasiões e cobrou, ao menos para a execução de "El Amor Brujo", valor mais alto do que o grupo diz ter recebido.

    Padrissa depôs no Ministério Público em agosto na condição de testemunha. O espanhol disse que a parte que cabia ao Municipal pagar na coprodução da peça era de 35 mil euros (R$ 128 mil) pela criação artística. Já a direção da Fundação Theatro Municipal afirmou, também em agosto, ter pago 240 mil euros (R$ 878 mil) a Proczysnki, dos quais cerca de 76 mil euros (R$ 278 mil) teriam sido destinados à criação.

    Segundo Padrissa, o grupo pediu explicações a Proczynski sobre a acusação, mas não obteve retorno. "Por isso e por outras razões resolvemos romper com ele."

    A atuação de Proczynski no Municipal é investigada pelo Ministério Público, uma vez que ele também agenciou no exterior John Neschling, ex-diretor artístico da sala, afastado em setembro.

    "Alma Brasileira", também do Fura, foi o que jogou o foco das investigações sobre Proczynski e Neschling. Vendida pelo argentino ao maestro, a peça custou cerca de R$ 1 milhão à prefeitura, mas nunca foi realizada. O dinheiro tampouco foi devolvido.

    Procurado diversas vezes pela reportagem, Valentin Proczynski não respondeu até a conclusão desta edição.

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