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    A&E cancela documentário sobre a Ku Klux Klan após descoberta de propina

    DE SÃO PAULO

    26/12/2016 17h39

    O canal norte-americano A&E cancelou a série documental que mostraria os bastidores da Ku Klux Klan após descobrir, a partir dos produtores contratados para fazer o filme, que alguns participantes haviam sido pagos para facilitar o acesso da equipe de produção ao grupo de ódio.

    Segundo um comunicado divulgado no sábado (24), o projeto tinha como intuito mostrar pessoas que querem deixar o grupo. "Nosso objetivo com a série sempre foi expor e combater o racismo e o ódio em todas as suas formas", diz o comunicado da emissora, replicado pelo The Hollywood Reporter.

    Divulgação
    Cena do documentário 'Generation KKK', sobre a Ku Klux Klan
    Cena do documentário 'Escaping the KKK', sobre a Ku Klux Klan

    "Ao mesmo tempo em que mantemos a intenção da série e a seriedade de seu conteúdo, esses pagamentos são uma violação direta da política e das práticas da A&E para um documentário. Anteriormente, nós garantimos ao público e aos nossos parceiros –incluindo a Liga Antidifamatória e a ONG Color of Change– de que nenhum pagamento teria sido feito a membros do grupo de ódio, e acreditávamos ser o caso na época. Nós decidimos, agora, a não seguir em frente com a transmissão do projeto".

    Em menos de uma semana desde seu anúncio, o projeto foi, então, cancelado. Antes disso, a emissora chegou a trocar o título do documentário de "Generation KKK" para "Escaping the KKK: A Documentary Series Exposing Hate in America", a fim de "esclarecer as intenções" da produção, frente a uma leva de críticas que questionavam o canal sobre o motivo pelo qual optou por dar voz a um grupo de ódio.

    A represália também levou a A&E a estabelecer parcerias com a Liga Antidifamatória e, recentemente, com a ONG Color of Change.

    A produção teria oito episódios com estreia prevista para janeiro, após um ano e meio de produção, e acompanharia familiares de membros da KKK que recorrem a ajuda de "extratores" para deixar o grupo de ódio.

    O projeto, prospectado pela produtora This Is Just a Test, seria lançado justamente após a campanha e vitória eleitoral de Donald Trump, que contou com o endosso do ex-líder da KKK, David Duke.

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