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    TRÉPLICA

    Só o contraste liga 'Magal' ao melhor da comédia italiana

    NAIEF HADDAD
    DE SÃO PAULO

    30/12/2016 02h08

    No último dia 25, o diretor de "Magal e os Formigas", Newton Cannito, escreveu nesta "Ilustrada" uma resposta à crítica assinada por mim a respeito do seu filme.

    O debate é bem-vindo. Pena que ele se preocupe mais em atacar este jornalista e menos em defender o seu filme.

    Quando decide argumentar a favor da comédia, Cannito recorre a críticos (sem citar nomes) que perceberam como seu filme foi capaz de "tropicalizar a comédia italiana".

    Como não explica essa associação, suponho que ele faça menção ao período de ouro da comédia italiana, que começa no fim dos anos 1950 e se estende por mais de duas décadas.

    São os filmes de Mario Monicelli, Dino Risi, Ettore Scola e alguns outros que, em geral, combinavam farsa e sátira no retrato de famílias em meio à realidade precária do pós-guerra.

    O único modo de ligar "Magal" aos melhores momentos da comédia italiana é pelo contraste. Trata-se de uma tentativa malsucedida do novo de reviver o antigo. Homenagem não é; releitura tampouco.

    Cannito fala três vezes do "projeto" do filme, que não teria sido compreendido por este jornalista. Acredito que ele fizesse referência aos conceitos a partir dos quais a comédia se desenvolve.

    Perdão pela obviedade: para quem assiste ao filme, o que se discute (ou deixa de se discutir) na concepção do longa só faz sentido se está evidente na exibição.

    O filme dá sua resposta na tela, não por meio do que diz o diretor. Desconfio que o "Magal" imaginado por Cannito em seu "projeto" seja bem melhor que aquele que, de fato, se vê no cinema.

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