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    crítica

    Efeito 3D até impressiona, mas 'Assassin's Creed' é apenas para fãs

    SÉRGIO ALPENDRE
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

    12/01/2017 02h20

    Reprodução/Video
    Assassin's Creed | Trailer Oficial | Legendado HD
    Michael Fassbender em cena de 'Assassin's Creed'

    O cinema de ação hollywoodiano virou mesmo um videogame. Nada mais propício, então, do que buscar suas histórias na fonte mais lucrativa da indústria do entretenimento atual.

    É justamente essa a ideia por trás de "Assassin's Creed", longa baseado em uma série de jogos eletrônicos tão amada que a distribuidora brasileira achou melhor dispensar um título em português. Vai em inglês mesmo, como nas lojas dos shopping centers.

    Na trama (se é que assim podemos chamá-la), o condenado à morte Cal Lynch (Michael Fassbender) é capturado por cientistas liderados pela bela Sophie Rikkin (Marion Cotillard).

    Em outra encarnação (ou algo parecido), ele era o espanhol Aguilar, assassino de uma sociedade secreta em longa luta contra a Ordem dos Cavaleiros Templários.

    Por meio de uma geringonça que parece saída do gibi do Homem-Aranha, Cal/Aguilar pode voltar ao século 15 para descobrir um valioso segredo.

    Linha do Tempo

    PARA INICIADOS

    Quem não está por dentro do mundo dos jogos eletrônicos provavelmente nunca ouviu falar de "Assassin's Creed" e talvez não seja atraído para as salas de cinema.

    Por outro lado, a legião de fãs indica que teremos muitas sessões lotadas (a sessão para a imprensa foi uma das mais cheias que presenciei).

    A direção coube a Justin Kurzel, aqui em seu terceiro longa, primeiro após o superestimado "Macbeth: Ambição e Guerra". Desse filme anterior ele conseguiu repetir a dupla Fassbender e Cotillard.

    trailer

    No elenco, também passam vergonha (e engordam suas contas bancárias) Jeremy Irons, Brendan Gleeson e Charlotte Rampling, entre outros menos cotados.

    Assassin's Creed: Livro Oficial Do Filme
    Christie Golden
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    Assinam o roteiro Michael Lesslie, também roteirista do "Macbeth" de Kurzel, além de Adam Cooper e Bill Collage, que juntos escreveram "A Série Divergente: Convergente" e "Êxodo: Deuses e Reis".

    O início nos leva à Inquisição espanhola, em 1492. Sejamos justos: nesse primeiro momento, o 3D impressiona. Não me lembro de um outro filme em que os atores estivessem tão destacados do fundo. Isso dura cinco, dez minutos.

    Depois nos acostumamos ao circo da terceira dimensão e o que sobra: a correria desenfreada e o movimento constante entre um presente futurista e um passado uniformizado e alegórico.

    O provável sucesso dessa versão sub-cinematográfica de "Assassin's Creed" encherá os cofres de muita gente. Mas cinema, não custa lembrar, é outra coisa. Envolve a representação de um mundo, a expressão de uma inquietude. Convém não misturar demais essas duas linguagens. A ressaca tende a ser violenta.

    Curiosidades

    *

    ASSASSIN'S CREED
    DIREÇÃO Justin Kurzel
    ELENCO Michael Fassbender, Marion Cotillard, Jeremy Irons
    PRODUÇÃO EUA, 2016, 12 anos
    QUANDO estreia nesta quinta (12)

    Edição impressa

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