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    Sob gestão da nova diretora Isa Castro, MIS seguirá o rumo que já trilhava

    GUSTAVO FIORATTI
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

    17/01/2017 02h20

    Ao deixar o Museu da Imagem e do Som para assumir a Secretaria Municipal de Cultura na prefeitura de João Doria (PSDB), o cineasta André Sturm pensou a continuidade de sua gestão no museu.

    Indicou ao cargo Isa Castro, cineasta como ele e também sua amiga, que assume a casa após outros trabalhos na gestão tucana no Estado.

    A proximidade indica que o projeto iniciado por Sturm no MIS há cinco anos não será interrompido. Os dois artistas se conhecem desde 1980, época em que Sturm estudava Administração de Empresas e tocava o Cineclube GV, sala que ela frequentou.

    Keiny Andrade/Folhapress
    Isa Castro, nova diretora do Museu da Imagem e do Som (MIS)
    Isa Castro, nova diretora do Museu da Imagem e do Som (MIS)

    "Lançamos alguns curtas lá, e a partir daí o convidei para trabalhar comigo na CDI [Cinema Distribuição Independente], onde eu era diretora". Por indicação dela, Sturm tornou-se responsável pela área de curtas da CDI.

    Ela recorda ainda as filmagens de "Arrepio" (1987), primeiro curta dele, que define como uma produção "quase caseira". "Até a mãe dele ajudou", relembra.

    SALTO
    Com Sturm no cargo, o museu deu um salto de público. Em 2009, antes de Sturm assumir a direção, o MIS recebia 40 mil visitantes ao ano. Vieram as exposições superpopulares, como "Castelo Rá-Tim-Bum" (que sozinha atraiu mais de 400 mil pessoas), a do cineasta Stanley Kubrick e a do cantor e compositor David Bowie. Em 2016, o museu recebeu 446.499 visitantes, segundo divulga.

    O desafio que Castro tem adiante é basicamente imprimir uma marca pessoal sem deixar a peteca cair.

    Em entrevista à Folha, a nova diretora do museu afirma que dará sequência à programação fixa elaborada por seu antecessor.

    Além das grandes mostras, essa programação contempla projetos como o Nova Fotografia -voltado para fotógrafos jovens e menos conhecidos- e o Dança no MIS, cuja curadoria, de Natalia Mallo, abarca o conceito de site-specific, com obras criadas exclusivamente para serem executadas naquele espaço.

    "Estou há pouco tempo, com Jacques Kann [diretor financeiro e administrativo do museu desde 2011], efetivamente na gestão do MIS, porém considero essencial a manutenção da programação plural e dinâmica que sustenta a vocação do museu em abranger um público diversificado", diz Castro.

    Talvez a marca de Castro se torne mais evidente a partir de 2018, uma vez que Sturm deixou a programação deste ano já montada
    .
    Entre as grandes exposições do museu, estão marcadas, para junho, uma mostra sobre Steve Jobs (1955-2011), cofundador da Apple, cuja trajetória se confunde com a evolução da tecnologia.

    Para agosto, é a vez de Renato Russo (1960-1996), o líder da banda Legião Urbana, ser relembrado pela casa, com objetos pessoais e mais de 50 diários manuscritos "nunca exibidos ao público", conforme o museu divulga.

    CELEIRO
    Castro viveu a época em que o MIS se tornou "celeiro" de artistas e cineastas.

    Entre os filmes produzidos por ela que já passaram pelo museu estão "Tem Coca-Cola no Vatapá", de Pedro Farkas e Rogério Correa (1976) e "Janela da Alma", de João Jardim e Walter Carvalho (2001).

    Ela também tem experiência como diretora: ao lado de Augusto Sevá realizou "A Caminho das Índias", documentário de 1979 sobre a descoberta de Trancoso, distrito de Porto Seguro (BA) por turistas e forasteiros.

    Além de trabalhos no cinema, a nova diretora do MIS reúne experiências na gestão pública, junto à pasta da Cultura no Estado.

    De 2007 a 2013, foi diretora-executiva da Associação Paulista dos Amigos da Arte, organização social responsável por gerir teatros estaduais, a Orquestra de Ópera do Theatro São Pedro, e a Jazz Sinfônica e Banda Sinfônica do Estado. Ela também produziu edições da Virada Cultural Paulista, entre outros programas públicos do governo.

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