O Barão Vermelho anunciou nesta terça (17) a saída de Roberto Frejat, fundador e voz à frente da banda desde que Cazuza deixou o grupo, em 1985. Ele será substituído por Rodrigo Suricato, músico que até então fazia carreira com a banda Suricato. A notícia foi antecipada pelo jornal "O Globo" e confirmada pela banda e por Frejat.
A decisão partiu de divergências entre o cantor e guitarrista e os outros integrantes sobre o futuro da banda.
"Acho que o Barão é um artista que chegou a um estágio de qualificar o patrimônio que ele construiu, um estágio celebratório, e não mais de dar sequência com material inédito", diz Frejat à Folha.
| Avener Prado/Folhapress | ||
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| O cantor e guitarrista Roberto Frejat, que deixa o grupo que fundou e integrou por 35 anos |
A proposta do músico era a de realizar apenas turnês comemorativas. "Durante muito tempo defendi essa postura, mas senti que existia um certo incômodo dos outros integrantes, eles queriam que tivesse uma continuidade e eu não achava que seria positivo para o grupo".
Ele afirma que a decisão de sair foi aceita com naturalidade e que não problematiza o uso da marca Barão Vermelho, mesmo com uma nova formação. "O repertório que vão apresentar é o do grupo que eles mesmos construíram, não são uma banda cover."
Guto Goffi, baterista e um dos fundadores do grupo, diz que o Barão "tem pai e mãe vivos, o que, para a estrutura de uma família, é essencial". Ele se refere ao fato de que o tecladista Maurício Barros, também fundador do grupo, volta a ele de forma definitiva.
"Quem escolheu Dé, Frejat, Cazuza, fomos nós. Depois vieram Peninha, Fernando Magalhães, Dadi e Rodrigo Santos. Somos pés-quentes", diz.
Em um vídeo publicado no perfil da banda no Facebook, Goffi deu as boas-vindas ao novo integrante e garantiu a continuidade do Barão Vermelho, que deve retornar ao palco em maio. "Uma banda de rock nada mais é do que a vontade de estar junto, de curtir, de fazer aquilo acontecer. Agora nós temos todos os ingredientes."
Já Suricato, em sua conta no Instagram, falou sobre o "honroso e desafiador convite de cantar e tocar" naquela que chamou de "maior banda de rock do Brasil". Também disse que não deixará o antigo grupo, que prepara álbum para 2017 e se apresenta no Lollapalooza em março.
"Confesso que é estranho e ao mesmo tempo familiar quando me imagino naquele palco do Cazuza e do Frejat", escreveu Suricato na publicação. "Dois grandes ídolos, insubstituíveis, patrimônios da nossa música. Críticas serão inevitáveis e eu passarinho quanto a isso. Tenho muito respeito pela história do Barão e agradeço o carinho e gentileza do Frejat".