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    PF encontra 21 peças desaparecidas de coleção doada ao Museu Imperial

    DE SÃO PAULO

    19/01/2017 10h45

    Ricardo Borges - 9.dez.14/Folhapress
    Rio de Janeiro, BRASIL, 09 - 12 - 14; Escritorio aonde se encontra a curiosa colecao de quadros pendurados no teto. Fotos da casa e da coleção geyer, que passou a ser patrimônio cultural do brasil no último dia 4. ate o comeco de 2016 a casa virará um museu para visitacao guiada aberta ao publico. ( Foto: Ricardo Borges/Folhapress)**EXCLUSIVO FOLHA**
    Parte da coleção da família Geyer, em sua mansão no Cosme Velho, no Rio de Janeiro

    Em operação deflagrada nesta quarta-feira (18), no Rio de Janeiro, em São Paulo e na Bahia, a Polícia Federal localizou 21 itens desaparecidos da coleção doada pelo milionário Paulo Geyer e sua mulher, Marcia Cecília, ao Museu Imperial.

    De acordo com a PF, entre os itens encontrados havia três livros raros, pratarias, porcelanas e dois móveis. A polícia não revelou o valor das peças recuperadas, nem o nome das pessoas com quem estavam. Mas elas foram encontradas em escritórios e casas de parentes de Paulo e Maria Cecília.

    Além de notória por ser uma das principais coleções do país de temas brasileiros —os Geyer tinham obras de artistas como Johan Moritz Rugendas, Nicolas-Antoine Taunay e Thomas Ender—, o acervo da família ficou conhecido pelo envolvimento em uma história folhetinesca.

    O casal era dono do conglomerado petroquímico Unipar. Paulo morreu em 2004; a mulher, em 2014.

    A doação das mais de 4.000 obras, livros e objetos ao Museu Imperial, além da própria mansão do casal no Rio, foi acertada em 1999. Em 2008, com Paulo já morto, Maria Cecília resolveu contestar na justiça a doação, pedindo a retirada de 220 peças da lista —ao mesmo tempo, passou a impedir o acesso dos técnicos do museu à mansão.

    Os funcionários do Museu Imperial só puderam visitar de novo a coleção em 2014. Ao entrar na casa dos Geyer, porém, perceberam o desaparecimento de 124 peças cuja doação havia sido acertada.

    O curioso é que, de acordo com a PF, nenhuma das peças agora recuperadas faz parte da lista de 220 que Maria Cecília pretendia excluir da doação.

    NOVO MUSEU

    A ideia é que o Museu Imperial faça da mansão dos Geyer uma nova unidade. Ela deveria ter sido inaugurada ano passado, mas as obras estão atrasadas.

    A coleção da família foi tombada, há três anos, pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional). O conjunto é formado por 1.120 pinturas e gravuras, 2.590 livros e 466 objetos. Entre estes, está uma lanterna de prata que enfeitava uma carruagem de Dom Pedro 2º.

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