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    Filmes autorais terão espaço cativo em cinemas de 21 cidades brasileiras

    GUILHERME GENESTRETI
    DE SÃO PAULO

    03/02/2017 02h00

    Divulgação
    Paul Hamy em cena de 'O Ornitólogo
    Paul Hamy em cena de 'O Ornitólogo'

    "O Ornitólogo", de João Pedro Rodrigues, levou o prêmio de direção no Festival de Locarno. "A Cidade Onde Envelheço" levou três Candangos no Festival de Brasília. E "Rifle" vai na mala do gaúcho Davi Pretto para ser exibido no Festival de Berlim.

    Mas, entre o fuzuê criado nas mostras e a estreia em salas comerciais de cinema, existe um buraco negro que traga boa parte dos filmes.

    A partir da próxima quinta (9), longas autorais, brasileiros ou em coproduções com o Brasil, que teriam dificuldades para encontrar espaço no abarrotado circuito de cinema, terão sessões cativas em 21 cidades do país.

    O projeto, chamado Sessão Vitrine Petrobras, foi idealizado pela distribuidora Vitrine, voltada a esse segmento de filmes, e tem patrocínio da Petrobras. Em São Paulo, estará em dois espaços: Espaço Itaú Augusta e Belas Artes.

    Funcionará assim: a cada duas semanas, um novo filme escolhido pela Vitrine estreará em horário fixo em salas predeterminadas. A hora das sessões pode variar a cada cidade, mas deve se concentrar no período noturno.

    O primeiro escolhido é "A Cidade Onde Envelheço", da mineira Marília Rocha, sobre duas amigas portuguesas que se encontram em Belo Horizonte. O longa levou o prêmio principal no último Festival de Brasília, em setembro.

    Outro título elogiado nessa mesma mostra, o documentário "Martírio", de Vincent Carelli, que trata do massacre de índios guaranis na fronteira com o Paraguai, estreia nessa sessão em 13/4.

    Já "O Ornitólogo" abriu o Festival Mix Brasil, passou no Festival do Rio, e chega ao circuito em 30/9. No longa, um pesquisador se perde numa floresta e vive experiências entre o erótico e o sagrado.

    "Vi toda uma geração que fazia sucesso em festivais, mas que não tinha nenhuma perspectiva de estrear comercialmente", diz Silvia Cruz, diretora da Vitrine. "A sessão é uma tentativa de criar algo como um festival permanente."

    Algo semelhante foi implantado em 2011 e 2013 por Cruz em edições temporárias que revelaram nomes como os de Adirley Queirós ("Branco Sai, Preto Fica") e de Gabriel Mascaro ("Boi Neon"). A diferença é que agora a sessão contará com patrocínio para garantir continuidade e preços menores: R$ 12 a inteira.

    "Tendo horário certo, cria-se um público fiel", diz a distribuidora. "E o ingresso mais barato propicia a descoberta. Com o ingresso mais caro, o espectador tende a apostar no que já é mais conhecido."

    As salas participantes e filmes em cartaz podem ser vistos no site.

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