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    Escola de arte municipal adia início das aulas, mas manterá professores

    SILAS MARTÍ
    DE SÃO PAULO

    14/02/2017 02h12

    Palco de manifestações no último fim de semana, a Escola Municipal de Iniciação Artística (Emia), na zona sul de São Paulo, vai retomar suas atividades no dia 6 de março sem cortes de professores. Docentes e pais de alunos temiam que a instituição adiasse o início das aulas, previsto para esta segunda, e demitisse até um terço dos professores.

    Em entrevista à Folha, o secretário municipal da Cultura, André Sturm, confirma o atraso no ano letivo e esclarece que, por um equívoco na Câmara, a Emia passou para outra área do orçamento, deixando a categoria de "atividade" (que tem recursos garantidos) para a de "projeto" (que pode ter toda a sua verba congelada).

    Na atual gestão do tucano João Doria, recursos destinados à cultura foram contingenciados em 43,5%, o que fez com que tudo que estivesse na categoria de projetos sofresse congelamento, o que aconteceu com a Emia.

    Renato S. Cerqueira /Futura Press/Folhapress
    Cartaz em protesto contra possibilidade de cortes na Emia, na zona sul de São Paulo
    Cartaz em protesto contra possibilidade de cortes na Emia, na zona sul de São Paulo

    "Com esse erro na Câmara, a Emia passou a ser vista como coisa nova", afirma Sturm. "A gente descobriu que tínhamos inúmeras atividades equivocadamente marcadas como projetos. Não podíamos contratar os professores e confirmar o início das aulas sem dinheiro."

    NOVA DIREÇÃO
    Sturm acrescenta que conseguiu, no entanto, liberar os cerca de R$ 2 milhões de orçamento anual da Emia junto à Secretaria Municipal da Fazenda, garantindo as atividades da escola neste ano. Ele também trocou a direção da instituição, exonerando Andréa Fraga e nomeando para o cargo Luciana Schwinder.

    Fraga, que dirigiu a Emia ao longo dos últimos três anos, confirma o que diz o secretário, esclarecendo que os docentes foram informados que não haverá demissões de professores. Sturm afirma que alguns profissionais poderão ser substituídos, mas acrescenta que não haverá corte de vagas por motivos orçamentários.

    "Não vai haver nenhuma mudança no projeto. Não haverá nenhuma demissão", diz Fraga, que se reuniu nesta segunda com a nova diretora da escola. "A confusão foi da própria Câmara. Essa é a confusão que gerou essa situação."

    Fundada em 1980, a Emia tem como base do ensino as áreas de artes visuais, dança, música e teatro. Ela ocupa três casas no parque Lina e Paulo Raia no Jabaquara e hoje atende cerca de 1.200 alunos com 43 professores.

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