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    Sob nova direção, Municipal supre com criatividade falha na área lírica

    SIDNEY MOLINA
    CRÍTICO DA FOLHA

    18/02/2017 02h11

    Sylvia Masini/Divulgação
    Orquestra Sinfônica Municipal apresenta o Festival Beethoven
    Apresentação da Orquestra Sinfônica Municipal no Festival Beethoven, em agosto de 2016, no Municipal

    Mudanças na direção artística dos principais teatros e orquestras do exterior são anunciadas com anos de antecedência. Entre nós –e esse tem sido o caso do Theatro Municipal de São Paulo– há quase sempre rupturas drásticas, em geral atreladas aos câmbios políticos.

    Espera-se que o Theatro Municipal apresente anualmente uma boa temporada lírica, da mesma forma que já há, na Sala São Paulo (sede da Osesp), uma temporada sinfônica de excelência.

    Para isso é preciso somar quantidade e qualidade.

    Ao contrário do que possa parecer a quem não frequenta o Theatro Municipal, óperas atraem muito público e podem ser mais baratas do que cinema.

    Se compararmos o estilo das duas gestões anteriores, Abel Rocha (2011-12) conseguiu em pouco tempo uma ampla variedade de títulos e equilíbrio entre a presença de cantores nacionais e internacionais, enquanto John Neschling (2013-16) renovou a orquestra e focou em temporadas menores, com predominância de títulos consagrados e participação maciça de estrangeiros.

    Nos dois casos, a transição entre equipes implicou descontinuidade da temporada lírica, e o mesmo ocorre agora, quando Cleber Papa assume a direção artística e Roberto Minczuk como regente titular (a divisão de funções é saudável). A estreia de Minczuk será neste fim de semana com obras de Villa-Lobos e Mendelssohn.

    Não se montam óperas da noite para o dia, e enquanto não são encenadas, o Municipal fará dois títulos em versão concerto ("Fidelio", de Beethoven, e "A Danação de Fausto", de Berlioz), e usará a criatividade para multiplicar a ocupação de seu espaço.

    Assim, além de concertos sinfônicos, foram criadas séries temáticas em horários alternativos, como "Domingo no Municipal", "Meu Primeiro Recital" e "Concertos Informais", com mobilização de todos os corpos estáveis.

    Entre os destaques da programação deste semestre está a maratona com todas as "Bachianas Brasileiras" de Villa-Lobos –uma especialidade de Roberto Minczuk–, que serão apresentadas em um único dia, com o ciclo dividido em duas partes, às 16h30 e 20h.

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    DESTAQUES

    9"Bachianas Brasileiras" de Villa-Lobos (4/3 e 5/3)

    "Paixão Segundo São João", de Bach (14 e 15/4)

    "Pedro e o Lobo", de Prokofiev, e "Guia Orquestral", de Britten (vários horários)

    "Kubrick em Concerto": "2001, Uma Odisseia no Espaço" (7 e 8/7); "Barry Lyndon" (14 e 15/7); "Laranja Mecânica" (21 e 22/7)

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    ORQUESTRA SINFÔNICA MUNICIPAL, com Roberto Minczuk

    QUANDO sáb. (18) às 20h e dom. (19) às 17h

    ONDE Theatro Municipal, pça. Ramos de Azevedo, tel. (11) 3053-2090

    QUANTO R$ 20 a R$ 100

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