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    Programação do Municipal apadrinha talentos brasileiros neste semestre

    AMANDA NOGUEIRA
    DE SÃO PAULO

    18/02/2017 02h11

    A nova direção do Theatro Municipal de São Paulo parece ter encontrado um feitiço para driblar o corte orçamentário estimado em 25% pelo secretário da Cultura André Sturm.

    A programação deste semestre, a ser apresentada neste sábado (18), traz 108 programas para o período.

    O número, segundo o diretor artístico da casa, Cleber Papa, supera o total realizado ao longo do ano anterior –98, ele informa.

    Arthur Costa/Divulgação
    O novo diretor artístico do Theatro Municipal, Cleber Papa
    O novo diretor artístico do Theatro Municipal, Cleber Papa

    Em entrevista à Folha, Papa diz que apenas recorreu a "soluções práticas de gestões normais", utilizando os recursos disponíveis, como as locações ofertadas pelo município, e fazendo com que os corpos artísticos ensaiassem com maior regularidade.

    Tudo em apenas um mês e meio desde que assumiu um dos antigos postos de John Neschling –o outro, de regente, ficou com Roberto Minczuk.

    Questionado sobre a possível subutilização dos recursos disponíveis na gestão anterior, preferiu dizer que estava concentrando esforços na atual.

    Ele não nega que o orçamento enxuto tenha interferido no planejamento, mas diz que não foi por isso que privilegiariam convites a talentos nacionais. Na programação, composta quase só de brasileiros, há nomes como o tenor Fernando Portari e o violonista Yamandu Costa.

    "Queremos voltar o olhar para dentro de casa, estamos nos preocupando em reconhecer as vozes que temos no Brasil", diz.

    Para ele, enquanto outras capitais como Rio de Janeiro, Porto Alegre e Minas Gerais "não voltarem a produzir" e o Theatro Municipal "for a única alternativa", ele se vê na responsabilidade de "dar emprego pra quem está aqui".

    Ele afirma que sua gestão deve atuar com preços "mais factíveis". "Não dá para pagar megassalários e megaproduções, investindo a qualquer custo."

    Já a escolha por concentrar as óperas encenadas no segundo semestre antecipa a proposta –para os próximos anos– de revezar as férias dos diferentes corpos artísticos, a fim de que o Municipal tenha uma programação perene, de janeiro a dezembro.

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