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    Show em São Paulo marca os 35 anos de punk dos Inocentes

    THALES DE MENEZES
    DE SÃO PAULO

    23/02/2017 13h15

    Jefferson Coppola/Folhapress
    SAO PAULO, SP, BRASIL, 22-11-2010: Retrato do músico Clemente Tadeu Nascimento, líder, vocalista e guitarrista da banda Inocentes. Na foto, Clemente afina guitarra na loja de instrumentos customizados N.Zaganin (rua Guaricanga, 201, Lapa). (foto de Jefferson Coppola/Folhapress)
    Vocalista da banda Inocentes e guitarrista Clemente Tadeu Nascimento

    Passar 35 anos sem perder a inocência é algo raro. No caso dos Inocentes, esse período teve altos e baixos, passados entre 13 álbuns e uma fé inabalável no punk rock, gênero do qual é a maior banda brasileira da história.

    A marca motiva uma apresentação nesta sexta (24), no Sesc Belenzinho.

    O agora cinquentão Clemente Tadeu Nascimento, único na banda desde sua formação, em 1981, admite que os shows acabam puxando músicas mais antigas, como "Pátria Amada" e "Pânico em SP". "Você tem uma banda antiga, todo mundo quer ouvir material antigo", diz o cantor e guitarrista à Folha.

    Para ele, o grupo ter gravado apenas dois álbuns nos últimos 15 anos, "Labirinto", de 2004, e "Sob Controle", de 2013, é fruto dessa obsessão dos fãs. "Gravamos coisas novas e as pessoas pouco queriam saber. Então tá, a gente não gravou mais", diz, rindo.

    Mas os show nunca pararam. Desde 1995, a banda tem a mesma formação: Clemente, Ronaldo (guitarra), Nonô (bateria) e Anselmo (baixo). "Essa formação já tem 22 anos, é a que mais gravou e mais tempo durou. Existe toda uma geração que cresceu com esse Inocentes. Os caras do NX Zero, por exemplo, iam ver essa formação. A gente influenciou todo aquele hardcore melódico brasileiro."

    A fase de maior destaque do grupo transcorreu entre 1986 e 1989, quando gravaram três álbuns por uma gravadora grande, a Warner.

    O segundo deles, "Adeus Carne", considerado o melhor disco dos Inocentes, vendeu 30 mil cópias, e a gravadora pressionou o grupo. Queria estouro comparável ao dos Titãs, do mesmo selo.

    "Inocentes", o terceiro, decepcionou. "No 'Adeus Carne', demos tudo que a gente tinha para sair um disco bom. Aí vendeu pouco, e a gente ficou perdido no seguinte. Saímos da Warner e ficamos pulando de um selo para outro."

    Clemente entrou a banda Plebe Rude em 2004, dividindo seu tempo entre os dois grupos. No fim do ano passado, lançou um álbum solo, "Antes que Seja Tarde".

    Para 2017, ele projeta um EP de inéditas dos Inocentes ("Com quatro faixas, tipo um velho compacto duplo", define), mais shows para divulgar o álbum solo e talvez a gravação de um acústico "lado B" da Plebe, com músicas menos conhecidas. "Só umas coisas do além", afirma.

    "Nada disso toma todo o tempo, né? Então preciso de três bandas para me manter ocupado e pagar as contas."

    *

    INOCENTES
    QUANDO: sexta (24), às 21h30
    ONDE: Sesc Belenzinho, R. Padre Avelino, 1.000, tel. (11) 2076-9700
    QUANTO: ingressos esgotados

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