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    Em Milão, Versace, Diesel e Dolce & Gabbana 'renascem' com moda jovem

    PEDRO DINIZ
    ENVIADO ESPECIAL A MILÃO

    27/02/2017 02h00

    Divulgação
    Iara Jereissati com a filha, Maria Clara, durante desfile da Dolce & Gabbana
    Iara Jereissati com a filha, Maria Clara, durante desfile da Dolce & Gabbana

    Algumas grifes são famosas mais pelo que representam no contexto histórico de um país do que pelas novidades que apresentam em suas coleções. Dolce & Gabbana, Versace e Diesel são marcas italianas da cabeça aos pés, e, a cada temporada, salvaguardam a sensualidade, a tradição e a qualidade que definem a moda italiana.

    No domingo (26), a mais siciliana das grifes reafirmou o compromisso de equacionar a cultura do sul da Itália de uma maneira que atinja mulheres e homens de diferentes partes do mundo.

    Por isso, Domenico Dolce e Stefano Gabbana resolveram buscar "mammas" (mães) e "figlie" (filhos) italianos, americanos e brasileiros para desfilar o que chamaram de "novo renascimento".

    As atrizes Grazi Massafera e Marina Ruy Barbosa trajaram os conhecidos vestidos justos que ressaltam curvas e pernas, enquanto a ex-miss Iara Jereissati e sua filha, Maria Clara, se juntaram ao clã da ex-modelo Andrea Dellal, Alice e Charlotte, para formar o time das brasileiras na passarela montada para a semana de moda de Milão.

    O youtuber Austin Mahone, 21, famoso por cantar "covers" de músicas pop em seu canal virtual, soltou o vozeirão e a pose para os 148 modelos, entre famosos e desconhecidos do público, que fizeram o carnaval da marca.
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    Animais pintados em estilo renascentista -bichos costumavam posar ao lado dos donos nos quadros de família do século 15- estamparam peças dessa coleção de inverno 2018. Outro animal, só que da indústria fonográfica, Justin Bieber, apareceu pintado em camisetas com o escrito "D&G ama Justin Bieber". Mais pop, urbano e "millenial" impossível.

    O discurso direto, traduzido em frases e palavras, é moda nesta temporada. A Versace, apoiada pela melhor forma criativa de sua estilista e dona, Donatella Versace, aplicou palavras como "amor", "igualdade", "união" e "força" em roupas que misturavam estética "street" e alta-costura.

    Ainda há os indefectíveis microvestidos com aplicações de brilho, mas, desta vez, a alfaiataria ganha um bloco inteiro da coleção com casacos borrifados de cor e calças que remetem à escola belga, com propostas em preto e assimetria.

    Às campeãs de vendas da grife, sandálias e bolsas, foram adicionadas as palavras de efeito e a medusa que adorna a logo da Versace. Detalhes em borracha nos acessórios e peças de stretch coladíssimas ganharam recortes transversais do macacão de surfe. A estética esportiva, vale lembrar, anda de mãos dadas com a moda a pelo menos dois anos.

    O cheiro de feromônio está por todos os lados nessa coleção, mas Donatella reescreve a história do irmão, Gianni Versace (1946-1997), com elementos da cultura pop, da tinta fluorescente jogada nos casacos de pele às referências ao punk.

    Tão pop quanto a marca de estilo jovem que carrega na etiqueta o peso de vender o que a indústria da moda acredita ser "o melhor jeans do mundo".

    No desfile da Diesel Black Gold, prêt-à-porter de luxo da marca do magnata Renzo Rosso, o tricô foi adicionado ao jeans encerado para criar a imagem "street couture" do próximo inverno.

    Vestidos sem mangas, em sua maioria pretos e de tons de areia, foram sobrepostos a bases pesadas de malha com golas altas.

    Referências aos anos 1990, período mais "jeans" da moda, dão a liga da coleção do estilista Andreas Melbostad, que ainda cria uma das jaquetas "bomber" mais interessantes da temporada.
    De náilon preto, ela é adornada com zíperes diagonais da mesma cor e totalmente ajustável na cintura.

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