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    Veja as personagens criadas pelos estilistas na temporada milanesa

    PEDRO DINIZ
    ENVIADO ESPECIAL A MILÃO

    28/02/2017 02h00

    Sempre há mais de um tipo de mulher na macarronada de referências de uma semana de moda. Na temporada outono-inverno 2018 de Milão, que terminou na segunda (27), as grifes italianas criaram personagens bem específicas inspiradas em aspectos da cultura local, adicionando temperos do Sul, do Norte e do Centro do país mais "fashion" da atualidade. Veja quais são elas.

    CLÁSSICA DIFERENTONA

    Tiziana Fabi/AFP
    Modelos no desfile de Giorgio Armani em Milão
    Modelos no desfile de Giorgio Armani em Milão

    A mais 'jet setter' das italianas,costuma viver no Norte do país -geralmente em Milão-, usa alfaiataria preta e sempre veste um de seus costumes Giorgio Armani. O estilista, nascido na mesma região dessa mulher, é famoso por sua moda de recortes transpassados e por gostar da mistura de minimalismo com exuberância italiana, traduzida nas aplicações de brilho e nos detalhes de pele aparente da desfilada nesta temporada de moda. Armani criou calças-saias, de um lado são plissadas e, do outro, rente às pernas. Tudo, claro, combinado com variações do blazer de ombros proeminentes que é marca autoral do estilista.
    Musa: Chiara Mastroianni, atriz e filha dos atores Catherine Deneuve e Marcello Mastroianni

    GAROTA DA NOITE

    Divulgação
    Modelo no desfile da Versace em Milão
    Modelo no desfile da Versace em Milão

    Só dá ela na boate e nas ruas mais movimentadas dos centros urbanos. O brilho e as pernas à mostra são mantras dessa mulher festeira que é alma e carne da Versace. Quando não encurta os panos até a altura das coxas, joga jaquetas de couro ou de pele, tingida com cores elétricas, por cima das calças mais justas que alguém consegue usar. Há um tom fetichista na imagem dessa garota, que adora um batom escuro e um glitter nos olhos.
    Meio punk, meio glam, ela curte muitas aplicações nos tecidos -claro, nada de plástico, só pedras opacas e microcristais. Sem medo de mostrar as curvas, pode usar também uma mistura de alta-costura com referências ao esporte.
    Musa: Chiara Ferragni, blogueira

    NONNA SICILIANA

    Tiziana Fabi/AFP
    Modelo no desfile de Dolce & Gabbana em Milão
    Modelo no desfile de Dolce & Gabbana em Milão

    Faz a linha mulher renascentista, com toda renda e todo decorativismo possíveis. Flores e busto levantado compõem o visual dessa típica siciliana, assim como a silhueta mais ajustada ao corpo. A imagem que melhor representa esse tipo italiano é a Dolce & Gabbana, uma das poucas grifes que ainda apostam na sensualidade barroca da temporada milanesa. A versão moderna dessa garota guarda traços com a onda retrô da moda, mas tem decotes e fendas mais generosas que o 'look' vintage da estação, características que não envelhecem a mulher. As combinações cromáticas prediletas são preto com vermelho, branco com dourado e muitos reflexos de brilho.
    Musa: Monica Belucci, atriz

    HIPSTER SELVAGEM

    Giuseppe Cacace/AFP
    Modelo no desfile da Gucci em Milão
    Modelo no desfile da Gucci em Milão

    Não pode ver um tom pastel, de preferência combinado com listras, ou uma calça de boca larga que já cai na noite. A moça vintage, tipo Florence Welch, é a nova cara das modernas europeias e foi criação do estilistra Alessandro Michele, da Gucci. A regra desse estilo é quanto mais cor, flor e visual 70 melhor. Na cartilha da marca, o hipster passa longe da dupla jeans e camiseta listrada dos notívagos do Baixo Augusta, em São Paulo, porque na vida há muito mais cetim, seda e lurex disponíveis para alguém acabar usando um velho jeans surrado. A alfaiataria do século 19 faz a cabeça dos jovens dessa tribo, que também adotam o visual andrógino combinado com chapelões.
    Musa: Sofia Coppola, cineasta americana

    RICA DAS PELES

    Giuseppe Cacace/AFP
    Modelo no desfile da Fendi em Milão
    Modelo no desfile da Fendi em Milão

    O Peta pode berrar, mas ela não sai de casa sem algum pedaço de mink (vison), raposa ou pelo de carneiro nos ombros, nas bolsas, nos sapatos ou, se estiver frio, um que cubra o corpo inteiro. A grife predileta dessa mulher, que chega a pagar mais de R$ 200 mil num sobretudo desse tipo, é a Fendi. Na marca nenhum modelo é tingido sem um complexo jogo de corte e costura a laser, que junta cada pedaço animal como um quebra-cabeça. Nessa temporada, a geometria da marchetaria vienense foi a base dos desenhos dos casacos. Joias arrematam a produção dessa mulher, típica socialite romana, que anda como se estivesse num filme de Hollywood das décadas de 1940 e 1950.
    Musa: Sophia Loren, atriz

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