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    Crítica

    Wolverine vira figura paterna em 'Logan', mas continua violento

    THALES DE MENEZES
    DE SÃO PAULO

    02/03/2017 02h02 - Atualizado às 14h03
    Erramos: esse conteúdo foi alterado

    This image released by Twentieth Century Fox shows Dafne Keen, left, and Hugh Jackman in a scene from "Logan." (Ben Rothstein/Twentieth Century Fox via AP) ORG XMIT: NYET618
    Dafne Keen e Hugh Jackman como os mutantes em 'Logan'

    Percorrendo o mundo para divulgar "Logan", num périplo que incluiu o Brasil, o ator Hugh Jackman disse que o diferencial do longa era não ter sido concebido como um filme de super-herói. Para ele, é uma história sobre pessoas.

    O novo filme de aventuras do mutante Wolverine é ótimo, sim, mas essa definição não passa de papo furado.

    Pessoas não têm garras retráteis nos punhos nem fator de cura para regenerar qualquer ferimento nem poderes telepáticos. "Logan" é um gibizão na tela, e tentar fugir disso é renegar sua origem, achar que HQ é arte menor.

    A editora Panini publica no Brasil há seis meses a revista "Velho Logan", que mostra em um futuro não muito distante Wolverine velho, doente e perdendo seu poderes.

    É o que se vê na tela no terceiro filme individual do herói, que aparece também nos seis longas do grupo X-Men.

    Logan (o nome "real" de Wolverine) precisa proteger uma menina com poderes mutantes iguais aos dele, que é perseguida por agentes do governo.

    O líder dos vilões é interpretado por Boyd Holbrook, conhecido como o policial americano da série "Narcos".

    Além da garotinha em apuros, Logan cuida também do Professor Xavier, ex-líder dos X-Men, que recebe medicação pesada para combater sintomas de demência.

    Xavier é a figura paterna que está ali para orientar Logan a cumprir o mesmo papel na vida de Laura. O professor tenta convencer o herói de que ela é sua filha.

    A atriz Dafne Keen ganha a plateia. Aos 11 anos, oferece uma interpretação densa. Sem falar, transmite com gestos e expressões a progressão de seu afeto por Logan.

    Este, para dizer a verdade, nem precisa se preocupar tanto com Laura. A fofa se transforma em máquina de matar com garras afiadas ao primeiro sinal de combate.

    E o que não falta é confronto. Tutor e protegida, as "pessoas", como disse Jackman, deixam uma trilha de crânios perfurados e inimigos despedaçados em sua jornada de fuga, que, em sintonia com a era Donald Trump, começa na fronteira com o México.

    Sem esconder as origens no gibi, "Logan" é forte concorrente a melhor adaptação de quadrinhos no cinema e a última vez de Jackman no papel. Será que vem aí "Laura"?

    *

    LOGAN
    QUANDO: estreia na quinta (2)
    ELENCO: Hugh Jackman, Patrick Stewart, Dafne Keen
    PRODUÇÃO: EUA, 2017, 12 anos
    DIREÇÃO: James Mangold

    Edição impressa

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