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    SPFW

    Discurso pró-diversidade é mote de desfiles da SPFW

    PEDRO DINIZ
    COLUNISTA DA FOLHA

    15/03/2017 12h57

    Na tentativa de incluir discussões sobre diversidade, as grifes que desfilaram no segundo dia da SPFW miraram os alvos certos, mas não acertaram no cerne das questões.

    Primeiro a desfilar, Vitorino Campos levantou bandeiras de paz ao imprimir faixas coloridas contrastando com a inspiração das roupas no universo existencialista dos filmes de Terrence Malick.

    O tom politizado, embalado em peças para mulheres urbanas das grandes cidades, perdeu força na prática. Faltou a diversidade de estilos que ele pretendia mostrar.

    Ligado ao retrô, Campos aplicou estudos de alteração de modelagem dos anos 1980 e 90, com ajustes elásticos e camisaria ampliada.

    Já a Ellus, com seleção de modelos mais diversificada e ampliando o discurso de igualdade, contemplou várias bandeiras na comemoração de seus 45 anos.

    Houve 13 modelos negros, dois com mais de 40 anos, antigos tops da marca e representantes da onda "ageless" (sem idade), além de uma variedade de estilos que ainda faz falta nas passarelas nacionais.

    Roqueiros, punks e executivos ganharam roupa nova pelas mãos dos estilistas Adriana Bozon e Rodolfo Souza.

    A Gig Couture também adere ao movimento pró-diversidade. A estilista Gina Guerra quis criar um guarda-roupa para todos os tipos de mulher, mas, além de pouca variedade de corpos e etnias representadas, poucas terão facilidade para usar silhuetas tão longilíneas e oitentistas.

    A ideia vai melhor nos looks esportivos, como os compostos por parcas, calças "jogging" e sobreposições de vestido com calça "flare".

    Também especialista em tricô, a grife Lolitta mostrou tramas, construções e modelagens complexas. Os vestidos têm silhueta romântica, mangas volumosas e caimento confortável, quase retrô.

    Menos romântica que em temporadas passadas, a PatBo elevou ao patamar de alto luxo o viés "street" do inverno. Tênis combinados a vestidos de veludo molhado e moletons costurados à mão refletem luz e a mão afiada da estilista Patricia Bonaldi.

    Sem tanto alarde, a grife Sissa mostrou uma coleção na mesma onda "street" e repleta de estampas. Também desfilaram a grife de jeanswear Two Denim e o estilista paraense Lino Villaventura.

    (Colaborou LUIGI TORRE)

    *

    2º DIA DA SPFW

    Vitorino Campos

    Sissa

    Ellus

    Lolitta

    Gig

    Two Denim

    PatBo

    Lino Villaventura

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