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    No teatro, Antonio Fagundes estreia comédia argentina 'em família'

    MARIA LUÍSA BARSANELLI
    DE SÃO PAULO

    17/03/2017 02h10

    Lenise Pinheiro/Folhapress
    Da esq. para a dir.: Alexandra Martins, Bruno Fagundes, Antonio Fagundes e Mara Carvalho em 'Baixa Terapia
    Da esq. para a dir.: Alexandra Martins, Bruno Fagundes, Antonio Fagundes e Mara Carvalho na peça

    Em seu novo espetáculo, Antonio Fagundes discute relações em família. Atua mais uma vez com o filho Bruno –antes, fizeram juntos "Vermelho" e "Tribos". Divide o palco ainda com a ex-mulher Mara Carvalho (mãe de Bruno) e a atual companheira, Alexandra Martins. Por fim, Clarisse Abujamra, também ex do ator, assina a tradução do texto.

    Mas o debate em questão é o das relações de "Baixa Terapia", comédia do argentino Matías Del Federico que estreia nesta sexta-feira (17) em São Paulo sob direção de Marco Antônio Pâmio.

    "Graças a Deus a 'DR' fica no palco", brinca Fagundes.

    Texto de sucesso em seu país que ganhou montagens pela América Latina e na Espanha, a peça retrata três casais que não se conhecem (Fagundes e Mara; Bruno e Alexandra; Ilana Kaplan e Fábio Espósito). Chegam ao consultório de sua psicóloga, mas ela não se encontra. Por meio de cartas, deixou aos pacientes uma missão: terão de conversar entre si e resolver eles mesmos os seus problemas.

    Os temas são tratados com um humor "bem argentino", diz o diretor. "Os personagens falam as coisas sem muita autocrítica." Compara as situações (um absurdo em que nos reconhecemos) às vistas no filme "Relatos Selvagens" (2014), de Damián Szifron.

    O cenário é como uma maquete, afirma Fagundes. Tem alguns elementos (cadeiras, sofá, mesas) e um espaço delimitado dentro do palco, do qual os atores nunca saem.

    Ao fim da apresentação, o elenco abre para o público um debate sobre a peça e os temas nela presentes –prática que Fagundes tem desde os anos 1980, com sua antiga Companhia Estável de Repertório, quando ficava na bilheteria do teatro pouco antes da sessão para saber como era o público que teria naquela noite.

    Como em suas produções anteriores, Fagundes faz a peça sem patrocínios ou leis de incentivo. "Montar um espetáculo sem patrocínio é ideológico, para a gente ter a medida exata do que ele está fazendo, em termos de formação de público, de comunicação, de qualidade, inclusive."

    "Baixa Terapia" (que não teve o orçamento divulgado) é custeada por uma dezena de pessoas da equipe da peça. A ideia, segundo Fagundes, é estender a temporada do espetáculo de acordo com seu sucesso, pagando os custos com o retorno da bilheteria.

    Antes da estreia, a montagem abriu oito ensaios, apresentando para um público pagante o processo de construção de "Baixa Terapia" (discussões de texto, de marcações no palco etc.). "E eu faço questão de cobrar", diz Fagundes. "Porque a postura da pessoa que vai lá pagando é outra, mais interessada."

    Cada sessão desta temporada conta ainda com de 10 a 15 ingressos que dão direto a uma visita ao camarim (custam entre R$ 160 e R$ 180).

    *

    BAIXA TERAPIA
    QUANDO sex., às 21h30, sáb., às 20h; dom., às 19h; até 30/7
    ONDE Tuca, r. Monte Alegre, 1.024, tel. (11) 3670-8455
    QUANTO R$ 60 a R$ 80
    CLASIFICAÇÃO 14 anos

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