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    Lollapalooza 2017

    'A música se recuperará das perdas', diz Simon Le Bon, do Duran Duran

    AMANDA NOGUEIRA
    DE SÃO PAULO

    25/03/2017 02h16

    "A música é como a natureza, ela sempre se recupera. Sempre que houver espaço, haverá alguém esperando para substituir quem veio antes", diz Simon Le Bon, a voz que embala os sucessos do Duran Duran, veterana britânica que toca no domingo (26) na sexta edição brasileira do Lollapalooza.

    Seu otimismo não se sobrepõe às perdas da música em 2016, em especial a de George Michael, com quem teceu parcerias (como no álbum ao vivo "The Final Concert", do Wham!), mas não se limita ao lamento.

    "Nunca teremos outro David Bowie, nunca teremos outro George Michael. As pessoas deixam suas marcas na história da música, mas então outros têm a chance de fazer algo diferente, novo".

    Divulgação
    Roger Taylor, Nick Rhodes, John Taylor e Simon Le Bon, integrantes do Duran Duran
    Roger Taylor, Nick Rhodes, John Taylor e Simon Le Bon, integrantes do Duran Duran

    Livre de nostalgia também se pretende o novo álbum da banda, "Paper Gods", lançado em 2015. "Não acho que tenhamos aproveitado um retorno dos anos 1980, mas percebi que esse último álbum conquistou fãs mais novos".

    Para Le Bon, o disco mostra uma faceta moderna do Duran Duran, mas mantém a essência da banda, algo que, por um erro, diz ele, havia se perdido nos três álbuns imediatamente anteriores a "All You Need Is Now", de 2010.

    "Você consegue identificar alguns aspectos que nunca mudam, como a minha voz, a atenção aos detalhes, o amor pela melodia e pela letra, mas tem uma abordagem moderna nisso", descreve.

    A busca por um som mais experimental e moderno levou o grupo a uma parceria com o cantor, compositor e produtor inglês Mr. Hudson.

    A atuação do produtor é evidente na canção-título, de melodia coralista, marcada por rígidas batidas eletrônicas.

    Em contraponto ao discurso de Le Bon, a letra tece uma crítica política justamente aos tempos modernos (Curve aos deuses de papel em um mundo que é fino como papel/ Os tolos na cidade estão governando agora).

    "É a minha canção favorita no álbum, é uma ótima maneira de apresentar o Duran Duran", diz Le Bon. "Não acho que os eventos políticos recentes dão à canção particularmente um novo significado, mas eles ilustram a verdade que é o cerne da letra."

    Le Bon, que no passado já se disse avesso a festivais ("as reações são imprevisíveis"), afirma ter mudado de ideia a tempo de seu retorno ao Brasil. "Aprendemos muito e acho que a coisa mais legal é ter a oportunidade de tocar para os fãs de outras bandas."

    "Você fica mais exposto,claro, mas nós estamos ansiosos para tocar para esses jovens roqueiros".

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