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    Trio francês abre concertos da Cultura Artística com peças 'bonitas de ouvir'

    AMANDA NOGUEIRA
    DE SÃO PAULO

    28/03/2017 02h16

    "A rotina esgota a paixão", diz o pianista Vincent Coq, figura central do Trio Wanderer, que abre a temporada anual da Sociedade de Cultura Artística nesta terça-feira (28), na Sala São Paulo.

    Há 30 anos que o grupo de câmara francês empresta o nome de uma fantasia (composição que se aproxima da improvisação) do austríaco Franz Schubert (1797-1828).

    "Wanderer", a obra para piano, é conhecida por sua exigência técnica. Mas, para o músico, não basta a habilidade para tocar uma peça complicada; é também necessária a capacidade de manter o grupo coeso. "É muito importante dar liberdade a cada integrante e que cada um tenha uma atividade fora do grupo", afirma.

    Thomas Dorn/Divulgação
    Jean-Marc Phillips-Varjabédian, Vincent Coq e Raphaël Pidoux, integrantes do Trio Wanderer
    Jean-Marc Phillips-Varjabédian, Vincent Coq e Raphaël Pidoux, integrantes do Trio Wanderer

    Ele lembra que, quando ainda era um jovem estudante, ouviu do pianista norte-americano Leon Fleisher: "Sabe, para um músico, a coisa mais importante é experiência, musical e de vida".

    Seguindo o conselho, Coq e seus companheiros, o violoncelista Raphaël Pidoux e o violinista Jean-Marc Phillips-Varjabédian, dão aulas e mantêm projetos paralelos.

    "Tocar em um grupo não é entrar para o monastério", diz, rindo. "Você tem que estar livre, senão morre."

    Para os concertos que farão em São Paulo, nesta terça e na quarta, os veteranos franceses planejam dois repertórios, um para cada dia.

    O primeiro traz peças para piano de Beethoven (1770-1827), Schubert e Tchaikovsky (1840-1893) –a maior parte das cerca de 40 composições diferentes que tocam a cada ano é do século 19.

    "O repertório voltado ao piano é muito concentrado nesse período, pois todos esses grandes compositores, como Chopin, Listz, Brahms, e até mesmo Beethoven, eram pianistas", explica Coq. "O público sempre espera que a gente toque obras-primas, porque sempre são bonitas de ouvir."

    Para o pianista, mais do que garimpar obras contemporâneas, é importante trazer à tona composições desconhecidas, "independentemente de quando elas surgiram".

    É o que propõe na apresentação seguinte, quando o trio desvenda a energética op. 120 do francês Gabriel Fauré (1845-1924) e a dramática "Vitebsk", do norte-americano Aaron Copland (1900-1990).

    Ouça no spotify

    *

    TRIO WANDERER
    QUANDO ter. (28) e qua. (29), 21h;
    ONDE Sala São Paulo, praça Júlio Prestes, 16, tel. (11) 3367-9500
    QUANTO De R$ 50 a R$ 255 pelo ingressorapido.com.br ou na bilheteria da casa
    CLASSIFICAÇÃO livre

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