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    Festival É Tudo Verdade exibe retrospectiva de cinema soviético

    GUILHERME GENESTRETI
    DE SÃO PAULO

    04/04/2017 11h05

    Austrian Film Museum/Divulgação
    Dziga Vertov, diretor sovitico que ganha retrospectiva no 18 Tudo Verdade (2013) Crdito: Austrian Film Museum/Divulgao ***DIREITOS RESERVADOS. NO PUBLICAR SEM AUTORIZAO DO DETENTOR DOS DIREITOS AUTORAIS E DE IMAGEM***
    O diretor russo Dziga Vertov (1896-1954), tema de retrospectiva no É Tudo Verdade

    No centenário da Revolução Russa, o festival É Tudo Verdade exibirá uma retrospectiva de documentários soviéticos.

    "A experiência documental ali foi muito particular", diz Amir Labaki, diretor da mostra. "Houve na União Soviética um fluxo contínuo estimulado e censurado pelo Estado."

    A programação foi anunciada nesta terça (4), em São Paulo. O festival, o mais importante do gênero no país, vai dos dias a 19/4 a 30/4 na capital paulista e no Rio.

    Entre as 12 obras soviéticas estão "Avante, Soviete!", dirigido por Dziga Vertov em 1926. A obra, que nasceu com o intuito de ser um relatório institucional, se torna uma reflexão poética nas mãos de Vertov.

    Labaki afirma que procurou selecionar obras pouco conhecidas fora daquele país.

    Novidade deste ano é a competição de longas latino-americanos, "uma demanda antiga", segundo Labaki. Sete produções estarão na disputa, paralela à competição de títulos brasileiros e à competição de obras estrangeiras.

    No Rio, a abertura se dará com "Eu, Meu Pai e os Cariocas –70 Anos de Música no Brasil", estreia na direção da atriz Lúcia Veríssimo, que parte da figura do músico Severino Filho pra fazer um "quem é quem da música brasileira".

    Trata-se um documentário familiar –Lúcia é filha de Severino, morto no ano passado–, gênero que vem ganhando força e que também se nota em "No Intenso Agora", de João Moreira Salles.

    A obra de Moreira Salles, que esteve no Festival de Berlim, parte de registros feitos por sua mãe na China para fazer uma reflexão sobre o cinema de arquivo tendo em comum filmagens feitas em 1968: no Maio francês, na ditadura militar brasileira e na Primavera de Praga.

    Já em São Paulo, é "Cidade de Fantasmas", de Matthew Heineman, o filme de abertura. "Um longa sobre a barbárie", na definição de Labaki, aborda a atuação do Estado Islâmico na cidade síria de Raqqa, a partir do olhar jornalístico de um grupo de ativistas.

    Em sua 22ª edição, o É Tudo Verdade exibe 82 filmes de 30 países. Mais uma vez, os curtas que saírem vencedores do festival se credenciam a uma inscrição direta no Oscar.

    Programação completa no site festival.

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