Há 55 anos, o concerto que lançou a bossa nova nos EUA recebeu aplausos entusiasmados de um público de cerca de 3.000 pessoas, que superlotaram o Carnegie Hall em 21 de novembro de 1962, afirma reportagem da Folha do dia seguinte.

A notícia foi dada ao Itamaraty pela Embaixada do Brasil nos EUA. Na data, artistas brasileiros que se apresentaram já saíram contratados para apresentações especiais, como ocorreu com o conjunto de Sérgio Mendes.

O show marcou a data da apresentação oficial do gênero ao público americano —e sua consequente divulgação em outros países. Tom Jobim, que já tinha começado a pavimentar sua estrada no mercado americano, foi convencido no último momento a participar. Algumas pessoas torciam o nariz porque o pianista João Donato não estava na trupe.

Quem teve a ideia do concerto foi o americano Sidney Frey, nome por trás da gravadora Audio Fidelity. Além de conhecer as músicas de Tom e de Luiz Bonfá para o filme "Orfeu do Carnaval" (1959), ele esteve no Rio e travou contato com a cena do Beco das Garrafas, no Rio. A trilha boêmia já era a bossa nova.

Reportagem do jornal americano "The New York Times" de 22 de novembro de 1962 afirmou que o sistema de som reduziu os grupos instrumentais brasileiros a uma "desordem monótona".

Em troca de apoio, o governo brasileiro distribuiu 5.000 cafezinhos, querendo exibir o produto ao mercado americano.

O concerto será recriado no mesmo Carnegie Hall, 55 anos depois de noite histórica. Carlos Lyra e Roberto Menescal vão voltar em novembro ao palco da apresentação de 1962, em tributo a Tom Jobim.