Há 55 anos, o concerto que lançou a bossa nova nos EUA recebeu aplausos entusiasmados de um público de cerca de 3.000 pessoas, que superlotaram o Carnegie Hall em 21 de novembro de 1962.
O concerto será recriado no mesmo local, 55 anos depois de noite histórica. Carlos Lyra e Roberto Menescal vão voltar em novembro ao palco da apresentação de 1962, em tributo a Tom Jobim.
Veja em quadrinhos, ilustrados por Lese Pierre, como foi a apresentação dos anos 1960.
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Em novembro de 1962, a bossa nova estava pronta para desembarcar nos Estados Unidos, na esteira do enorme sucesso de "Desafinado", de Tom Jobim, gravada naquele ano por 11 artistas americanos. Tom e João Gilberto já ganhavam prestígio na cena musical, e a existência de uma grande caravana de artistas tocando aquele gênero brasileiro inovador e de belas melodias causava frisson. Rádios resolveram transmitir o concerto ao vivo. A noite chuvosa poderia espantar o público? Não. O Carnegie Hall lotou, com ingressos vendidos a US$ 3 e US$ 5, preços habituais na casa para os shows de jazz na época.
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Entre 3.000 pessoas na plateia, Tony Bennett, Dizzy Gillespie e Miles Davis estavam interessados em ver Tom Jobim tocar
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Em troca de apoio, o governo brasileiro distribuiu 5.000 cafezinhos, querendo exibir o produto ao mercado americano.
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Problema "gravíssimo": a calça de João Gilberto não tinha vinco. Ele esperou a roupa ser passada nos bastidores.
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Sergio Mendes abriu o concerto, com o público ainda disperso, andando pelo prédio e entrando aos poucos na sala.
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A bossa nova é intimista, mas microfones foram espalhados no palco, com muitos chiados. E, entre tantos microfones, o de Normando Santos estava desligado.
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Insatisfeito com o som, Tom Jobim erra e pede para recomeçar "Corcovado". Mas dá a volta por cima, com uma versão magistral, aplaudida de pé.
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Desempenhos irregulares na noite são compensados por João Gilberto no encerramento, arrancando aplausos com "Outra Vez". Apesar dos problemas, a turnê dos brasileiros seguiu com shows menos badalados, mas consagradores, em Nova York e Washington. Nos meses seguintes, Tom, João, Sergio Mendes e Luiz Bonfá mudariam para os Estados Unidos, gravando de lá para o mercado mundial.