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    Crítica

    Criatura 'fofa' que mata 'pais' é graça do filme 'Vida'

    THALES DE MENEZES
    DE SÃO PAULO

    20/04/2017 02h10

    Divulgação
    Ryan Reynolds (de costas) contracena com Jake Gyllenhaal em 'Vida
    Ryan Reynolds (de costas) contracena com Jake Gyllenhaal em 'Vida'

    É bom deixar claro: "Vida" lembra muito "Alien" (1979). Nas duas tramas, a tripulação de uma nave (no caso de "Vida" uma estação espacial em órbita em torno da Terra) enfrenta um alienígena disposto a matar todos a bordo.

    A graça é ver quem sobra vivo e como a coisa será destruída. Ou não.

    Mas "Vida" escapa da simples imitação e passa a ser um ótimo filme de ficção científica com a boa ideia de inventar uma criatura desenvolvida pela própria equipe de cientistas terrestres. Um reles protozoário fóssil encontrado em terreno de Marte é "reanimado" pelos astronautas na estação.

    A primeira confirmação de existência de vida fora da Terra é recebida com festa. A microscópica criatura, que será mantida em órbita para estudos, ganha o nome Calvin. Rapidamente se desenvolve, atingindo o tamanho de uma plantinha fofa que reage aos estímulos dos cientistas.

    Daí a crescer mais, bem mais, é um pulo. E logo Calvin se mostrará inteligente, forte, resistente, capaz de se mover e com vontade de matar seus "papais".

    Assista ao trailer.

    Apesar do nome latino, o diretor Daniel Espinosa é um sueco que faz carreira em Hollywood, com um ainda curto currículo de filmes de ação, incluindo "Protegendo o Inimigo" (2012), com o mesmo Ryan Reynolds que agora atua em "Vida".

    O mérito de Spinosa é o ritmo acelerado que dá a "Vida". Há pouca conversa mole antes de começar o jogo de gato e rato entre o marciano e a tripulação. Dois pequenos dramas pessoais bastam como lado "humano" da trama.

    David Jordan (Jake Gyllenhaal) está quebrando o recorde dos astronautas, ultrapassando 400 e tantos dias seguidos no espaço, e isso começa a comprometer sua saúde. E o cientista japonês Sho Murakami (Hiroyuki Sanada) assiste da órbita da Terra o nascimento do filho.

    Não se sabe muito mais sobre o resto da tripulação, uma pequena ONU no espaço: a comandante russa Ekaterina Golovkina (Olga Dihovichnaya), os britânicos Miranda North (Rebecca Ferguson, nome quente em Hollywood) e Hugh Derry (Ariyon Bakare) e o australiano Rory Adams (o já citado Ryan Reynolds, sem graça no papel).

    Como em "Alien", a diversão é ver quem a criatura vai matar em seguida. Mas "Vida" ganha força no desenvolvimento de seu monstro. Durante a narrativa, as capacidades de Calvin vão surpreendendo o espectador e os pobres astronautas, que lutam para escapar e impedir que o marciano desça para a Terra e consiga fazer um estrago maior.

    O melhor de "Vida" está em sua conclusão. Usa um recurso simples, mas surpreendente, para um dos finais de filme mais inesperados desde "O Sexto Sentido" (1999).

    *

    VIDA (LIFE)
    DIREÇÃO: Daniel Espinosa
    ELENCO: Jake Gyllenhaal, Rebecca Ferguson, Ryan Reynolds
    PRODUÇÃO: EUA, 2017, 14 anos
    QUANDO: estreia nesta quinta (20)
    Veja salas e horários de exibição.

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