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    Série conta história conturbada de uma milionária fashion

    RODRIGO SALEM
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE NOVA YORK

    21/04/2017 02h06

    Divulgação
    A atriz norte-americana Britt Robertson interpreta a empresária Sophia Amoruso
    A atriz norte-americana Britt Robertson interpreta a empresária Sophia Amoruso

    Agora que "Girls" chegou ao fim, uma nova série entra na disputa ao posto de queridinha do público feminino.

    Assim como a criação de Lena Dunham, "Girlboss" transita entre a ficção e a realidade de uma garota em uma grande cidade, deseja conversar com um público mais jovem e não esconde sua vocação fashion.

    Os 13 episódios estão disponíveis a partir desta sexta (21), na Netflix, e contam a história da empresária Sophia Amoruso, que, aos 22 anos, criou uma loja on-line de roupas usadas para pagar o aluguel e terminou à frente de um negócio milionário.

    "Não é uma reconstituição histórica, apenas cuidei de detalhes do guarda-roupa", diz a executiva à Folha. "A série segue um arco da minha carreira que foi difícil, mas é um mundo próprio, repleto de personagens que não são necessariamente baseados em amigos reais meus. Até minha mãe é diferente."

    Amoruso talvez tente se distanciar de uma época em se jogava em caçambas de lixo para poder comer, roubava lojas em San Francisco e tratava as pessoas próximas da pior maneira possível –tudo relatado na sua autobiografia homônima, de 2014.

    "Sophia é uma fonte incrível, e o programa é sobre sua jornada, não só sua carreira, mas seus relacionamentos e sua vida", diz a produtora Kay Cannon ("New Girl"). "Não poderia fazer uma série sobre uma garota vendendo roupas no eBay. Precisei tomar liberdades criativas."

    A atriz Britt Robertson ("Tomorrowland"), que encarna Amoruso na ficção, não tem a ousadia exploratória de Dunham em "Girls". Isso deixa "Girlboss" mais palatável para adolescentes, porém menos surpreendente.

    "Procuro acumular o máximo de informações que posso, então deixo para trás e recrio a personagem. Busco entender Sophia e deixá-la fluir por mim", explica Robertson, que acredita na longevidade da série. "Pode ser infinita. Sophia está viva."

    A série ainda não tem outra temporada confirmada, mas Cannon tem planos traçados para os próximos anos.

    "Sempre quis terminar o primeiro com o lançamento do site Nasty Gal", revela a produtora citando a empresa on-line fashionista criada por Amoruso, que garimpava roupas antigas baratas e as revendia num site de leilões por preços bem mais altos.

    "A segunda temporada seria sobre Sophia sendo a chefe de seus amigos, o que nem sempre funciona."

    Em 2012, a Nasty Gal virou uma companhia estimada em US$ 280 milhões, catapultando a empresária para a lista de jovens mais ricas dos EUA.

    Em novembro passado, porém, a empresa pediu falência, e Amoruso renunciou ao seu posto de presidente. "Temos de ter a oportunidade de dar com a cara no chão, de falhar horrivelmente. Temos de ter sucessos e fracassos", finaliza a atriz Charlize Theron, também coprodutora da série. "Adoro que as garotas possam ver isso numa série."

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