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    Inscrições para viver Turma da Mônica no cinema abrem na segunda

    CHICO FELITTI
    DE COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

    29/04/2017 02h20

    Marlene Bergamo/Folhapress
    Artista Maurício de Sousa, criador da Turma da Mônica
    Artista Maurício de Sousa, criador da Turma da Mônica

    Ela é baixinha, gorducha e dentuça. Mas ainda não tem um rosto definido. Abrem na segunda (1º) as inscrições para o elenco de "Laços", primeiro filme da Turma da Mônica em que personagens serão feitos por atores de carne e osso.

    Além da protagonista, Cebolinha, Magali e Cascão também estão abertas para candidatos. Crianças de oito a 12 anos que se interessarem pelo trabalho devem publicar no YouTube um vídeo de até um minuto mostrando um pouco da sua personalidade e preencher uma ficha de inscrição em www.turmadamonicaofil me.com.br –com autorização e supervisão de responsável.

    A única vaga do longa, com estreia prevista para julho de 2018, que já foi ocupada é a do cão Floquinho, que no filme desaparece e motiva a saga da patota. Um lhasa apso branco batizado Floquinho está desde filhote morando com um treinador, para conseguir atuar –a cor verde do cão vai ser obtida com computação gráfica ou jogo de luz branco.

    Divulgação
    Intérprete de Floquinho em 'Laços', primeiro filme da Turma da Mônica
    Intérprete de Floquinho em 'Laços', primeiro filme da Turma da Mônica

    Cerca de 50 crianças vão para a segunda fase, em junho, que envolverá oficina com professores de atuação e testes de câmera. "É óbvio que a característica física contará, mas é o menor ponto. Acho muito mais a personalidade de cada criança", diz o diretor Daniel Rezende, que editou "Cidade de Deus" e dirigiu séries como "O Homem da Sua Vida".

    Até porque truques devem ser usados para chegar ao visual bidimensional dos gibis, que existem há 55 anos.

    "Vamos evitar ao máximo trabalhar com computação gráfica, mas o Cebolinha tem cinco fios de cabelo. Como fazer isso? Pode muito bem ser um rastafári estilizado, quem sabe?", diz o produtor Cao Quintas, da Latina Estudio, que produz o filme com a Quintal Digital.

    Rezende, e todos os entrevistados, defende que o chamamento não deve ser interpretado como um concurso. "Não queremos criar um clima de competição, queremos que todos se sintam bem."

    Mas sai na frente quem estudar. "Vamos verificar se elas leram Turma da Mônica", diz o criador Mauricio de Sousa.

    A relação candidato e vaga deve deixar vestibular para medicina no chinelo. Semanas atrás, produtor e diretor escreveram no perfil pessoal das suas redes sociais que estavam em busca de crianças para o filme. Em cinco dias receberam mais de 1.500 indicações. Uma equipe de produção também visitou 16 escolas de artes cênicas mirins em São Paulo, e agora segue para outras cidades, onde buscarão locações.

    O filme, orçado em R$ 10 milhões, teve início há três anos. Os produtores procuraram Maurício, que tinha parado de fazer animações para o cinema, como "Mônica e a Sereia do Rio", no fim da década de 1980. "O cinema não se pagava. As distribuidoras privilegiavam filmes estrangeiros."

    O criador dos personagens recebeu produtores para conversar. Surgiu na mesa a ideia de fazer um "live action". Mauricio de Sousa se levantou da mesa e voltou com um exemplar de "Laços", uma novela gráfica –livro em quadrinhos com uma história completa e um traço mais realista.

    Entre as diretrizes de Mauricio para a obra, há uma preocupação de explicar no roteiro com didatismo quem eram os personagens, para facilitar a entrada do produto em mercados estrangeiros. Há planos para uma franquia.

    Figura que coloca personagens em produtos que vão de maçãs a fraldas, passando por miojo e xampu, o quadrinista fala em possibilidades comerciais. "É uma porta para merchandising, mas não o queremos no filme. Não quero que seja um balcão." E depois que o filme estiver na tela? "Ai vai, vai de camiseta a tudo."

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