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    Com realidade ou ficção, história do Brasil vira tema pop na TV aberta

    FELIPE GIACOMELLI
    DE SÃO PAULO

    02/05/2017 02h20

    Não se assuste se vir dom Pedro 1º e dom João 6º mais vezes na TV aberta que um músico da moda ou algum artista que pula de programa em programa para divulgar seu mais recente trabalho.

    É que Band, Globo e SBT estrearam nas últimas semanas atrações sobre a história do Brasil e tratam, em algum momento, do período entre a vinda da família real, em 1808, e a Independência, em 1822.

    A mais recente a ir ao ar é "Era Uma Vez Uma História" (quinta, 22h50), a única documental. Na série da Band, em oito episódios Dan Stulbach e a antropóloga Lilia Schwarcz visitam, de Lisboa ao Rio, locais que fizeram parte da história do país. Suas andanças se mesclam à dramatização dos fatos, com explicação mais didática.

    "Termos nos baseado em documentos para fazer a série não quer dizer que foram só fatos políticos e econômicos. Pode ter poesia, arte. A história pode ser aventureira e divertida", diz Schwarcz.

    Em "Novo Mundo", novela das 18h que a Globo estreou em 22 de março, realidade e ficção se misturam. Além de criar personagens, os autores Thereza Falcão e Alessandro Marson escolheram versões históricas que ajudassem o desenvolvimento da trama.

    Na ficção, dom Pedro (Caio Castro) se relaciona com a marquesa de Santos muito antes de 1822, ano apontado por historiadores como o momento em que eles se conheceram. Segundo os autores, alguns registros diziam que eles já tinham se visto antes.

    "O período histórico em que se passa 'Novo Mundo' é muito relevante, principalmente se considerarmos que os fatos ocorridos naquela época foram fundamentais para a história da nossa nação", diz a assessoria da emissora. "A escolha pela exibição de uma obra se baseia em várias questões, mas sempre com o objetivo de levar ao ar entretenimento de qualidade."

    "A História Bêbada", coprodução do SBT com o Comedy Central e exibida no talk show "The Noite" não tenta ser fiel à realidade. Convidados ficam embriagados para darem suas versões dos fatos históricos. "Não há objetivo didático. Trata-se de entretenimento. As pessoas, fatos, acontecimentos são reais, mas são relatados de maneira divertida e sem preocupação de ser fiel", diz Fernando Pelegio, diretor do SBT.

    "Sempre que a gente tem uma efeméride importante, o Brasil volta a olhar para trás. Em 1922, no centenário da Independência, aconteceu a mesma coisa. Houve muitas obras sobre o império", diz o pesquisador Paulo Rezzutti, autor de livros sobre dom Pedro 1º e a imperatriz Leopoldina.

    "Todo momento de crise acaba virando um momento de reflexão", diz. "E há personagens muito interessantes nesse período. Dom Pedro era uma pessoa muito regrada com o dinheiro público. Ele até fez prestação de contas quando deixou o Brasil."

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