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    Em vídeo, Nelson Xavier explica busca de tratamento alternativo contra câncer

    LÍGIA MESQUITA
    DE SÃO PAULO

    10/05/2017 15h06

    Em um vídeo feito há alguns dias e enviado pela a médica Clarissa Aires de Oliveira à Folha, com autorização de Via Negromonte, Nelson Xavier conta que o tratamento quimioterápico já não fazia mais efeito.

    Xavier afirma que o médico que lhe acompanhava havia anos sugeriu que ele e e a mulher fossem passear na Grécia. "O tratamento dele me manteve vivo por vários anos, mas ele perdeu a esperança. Tô aqui, tô recuperado, tô melhor", diz o ator na gravação.

    Morto nesta quarta (10), aos 75, em Uberlândia (MG), em decorrência de complicações de um câncer que tratava havia 14 anos, o ator deixou uma autobiografia quase completa, segundo Clarissa.

    "Ele vinha escrevendo a história dele. Faltava pouco para concluir, mas a Via [Negromonte, viúva do ator] me disse que vai editar o material e que pretende criar um memorial para ele", diz Clarissa à Folha. A médica também conta que Xavier pediu para ser velado com um terno que pertenceu ao médium Chico Xavier, que ele ganhou de presente.

    O ator estava em Uberlândia quando morreu, e não no Rio, onde vivia, porque passou os últimos quatro meses em um tratamento de medicina integrativa, que faz um atendimento personalizado aliado a cuidados paliativos, na clínica Conceito Saúde.

    Xavier e sua mulher, a também atriz Via Negromonte, haviam decidido se mudar de vez para a cidade mineira, segundo a médica que o atendia, por causa da melhora em seu estado de saúde. "Ele chegou aqui muito debilitado, num estado avançado da doença, usando cadeira de rodas, e nos últimos dois meses estava conseguindo até andar", diz ela. No último trabalho dele na TV, na novela "Babilônia" (2015), sua participação especial foi feita em uma cadeira de rodas.

    O ator chegou à clínica em Uberlândia por indicação de um amigo que havia se tratado lá.

    "Aqui tratamos da saúde, e não da doença. Fizemos um mapeamento genético dele e começamos a dar suplementos, a tratar do que ele precisava para ficar bem", fala Clarissa. "Ele tinha ido ao Rio para fazer a mudança definitiva para cá quando se sentiu mal e voltou. Foi uma intercorrência esperada. Ele morreu bem, sem dor, sem usar morfina", afirma a médica. Segundo ela, quando Xavier mencionava a morte, dizia, pensando em sua mulher: "Tenho um grande amor. E esse amor transcende a morte".

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