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    A história do jazz se confunde com a vida de Louis Armstrong

    THALES DE MENEZES
    DE SÃO PAULO

    14/05/2017 02h01

    O aeroporto de Nova Orleans leva o nome de Louis Armstrong. Muito justo. Se a cidade americana é considerada a capital mundial do jazz, coube ao trompetista americano a missão de espalhar o gênero pelo mundo.

    Armstrong (1901-1971) é o músico de jazz mais popular de toda a história. Até quem não acompanha qualquer produção musical conhece a figura sorridente e a voz grave do artista. Muita gente, na verdade, tem mais familiaridade com o cantor do que com o trompetista.

    Assunto do décimo volume da Coleção Folha Lendas do Jazz, que vai às bancas no próximo domingo (21), Armstrong protagoniza uma história pessoal de superação, de garoto pobre abandonado pelo pai à condição de rivalizar nas paradas com os Beatles.

    Eddie Adams/Divulgação
    O músico Louis Armstrong em camarim em Las Vegas, em 1971
    O músico Louis Armstrong em camarim em Las Vegas, em 1971

    No auge da Beatlemania, em 1964, o rodízio de canções do quarteto inglês no topo da parada americana foi interrompido por Armstrong e sua gravação de "Hello, Dolly".

    Sua mais celebrada gravação como cantor é "What a Wonderful World". Lançada originalmente por Armstrong em 1967, como single, ganha regravações até hoje.

    A canção de mensagem pacifista aparece em dezenas de filmes, da ficção científica sombria "Os 12 Macacos" ao desenho animado "Procurando Dory". E em séries de TV, da cult "Twin Peaks" à animação "Os Simpsons".

    Armstrong teve também uma carreira de ator, em 27 filmes. Fez o papel dele mesmo em seu maior sucesso, "Alta Sociedade" (1956), ao lado de Bing Crosby, Grace Kelly e Frank Sinatra. Conseguiu destaque em seu último filme, "Alô, Dolly!", com Barbra Streisand, em 1969.

    Sua postura de bonachão em filmes e shows divididos com artistas brancos provocaram críticas de representantes de alas radicais da defesa dos direitos civis dos negros nos Estados Unidos.

    "Sempre fiz o melhor para promover minha raça. Alguns camaradas, inclusive do meu próprio povo, acham que não sou 'firme' na questão da raça. Alguns até me acusaram de ser um Pai Tomás, de não ser 'agressivo'.

    Como podem dizer isso? Fui pioneiro no rompimento da barreira de cor em vários Estados sulistas", rebateu Armstrong.

    O CD que acompanha o volume da Coleção traz 15 faixas que mostram o talento do instrumentista e cantor, incluindo versão ao vivo do hino "When the Saints Go Marching In".

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