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Cena de 'Um Homem de Família' de Mark Williams |
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Ilustrada
Sunday, 28-Apr-2024 11:28:22 -03Crítica
'Um Homem de Família' reafirma crenças por papéis de gêneros
CÁSSIO STARLING CARLOS
CRÍTICO DA FOLHA18/05/2017 02h30
UM HOMEM DE FAMÍLIA (regular)
DIREÇÃO: Mark Williams
PRODUÇÃO: Canadá/EUA, 2016
CLASSIFICAÇÃO: 12 anos*
Papai trabalha muito, por isso quase não dá atenção à família. Mamãe recusou a independência e a realização profissional para se dedicar aos filhos. Mas filhinho começa a se comportar de modo estranho e descobre que tem uma doença que pode matá-lo.
O resumo basta para saber o que esperar de "Um Homem de Família". Esse tipo de filme exige uma adesão sem questionamentos.
Essas histórias cumprem a função de reproduzir a ordem e valores de estabilidade, definir papéis de gêneros e promover a família como condição da felicidade.
"Um Homem de Família" é ainda um filme atual, na medida em que dramatiza problemas como desemprego, individualismo e sobrevivência dos mais velhos.
Desqualificar seus temas e sua linguagem por serem antiquados é um automatismo crítico fácil e inofensivo. Pode ser mais vantajoso observar como ele atualiza valores conformistas em busca de eficácia.
A figura do pai ganha o tipo encorpado de Gerard Butler, cuja imagem bloqueia sentimentos de fragilidade, projeta um herói humano. Seu personagem de "headhunter" concilia aspectos positivos, de alguém que encontra recolocações para os outros, e negativos, de quem só visa ao lucro.
A mulher é loira, angelical e "do lar", mas também pode ser insubmissa e se impor quando o destino os abala. No polo oposto, a competição no escritório é com uma colega empoderada e antiética.
Pode-se tentar desqualificar tudo isso como um amontoado de clichês. Vale lembrar que, na origem, clichê designa um modelo feito para ser replicado.
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