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    Virada Cultural

    Virada Cultural começa neste sábado com tensão política e chances de chuva

    AMANDA NOGUEIRA
    DE SÃO PAULO

    20/05/2017 02h20

    A 13ª Virada Cultural será posta à prova d'água. A primeira edição realizada pela gestão do prefeito João Doria (PSDB) deverá ter pancadas de chuvas e temperaturas abaixo de 20ºC, informaram o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) e o CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências).

    O evento, que começa às 18h deste sábado (20) e acaba no mesmo horário de domingo (21), espalhará cerca de 900 atrações ao redor da cidade –e boa parte delas, a programação será ao ar livre.

    A expectativa é a de que a Virada Cultural sirva de palanque político como em anos anteriores, especialmente em 2016, quando artistas e público protestaram contra a extinção do Ministério da Cultura.

    Fabio Braga/Folhapress
    GALERIA DA SEMANA - MAIO 4 - Sao Paulo,SP,Brasil 22.05.2016 Show do cantor Criolo na virada Cultural 2016 no palco Julio Prestes. Foto: Fabio Braga/Folhapress cod3517
    Show do cantor Criolo na Virada Cultural 2016

    A manifestação concomitante que ocorreria na avenida Paulista no domingo foi suspensa pelo Vem Pra Rua, que cancelou todos os atos previstos para o domingo (21), alegando motivos de segurança. O movimento promete nova data de manifestação, ainda não marcada.

    Em São Paulo a decisão foi tomada após reunião de movimentos com a Polícia Militar, que teria orientado a suspensão dos atos por causa da Virada Cultural.

    NOVA ESTRUTURA

    Além de pontos de culturas, bibliotecas e escolas, a programação será concentrada em 30 tablados –estruturas que vão de 40 cm a 1 m do chão– do centro e em cinco grandes palcos.

    A estratégia adotada pela prefeitura, de tirar do centro as atrações principais e migrá-las para palcos que não terão programação 24 horas, tem o intuito de ampliar o alcance da Virada Cultural, afirma o secretário municipal de Cultura, André Sturm.

    O argumento de que as atrações foram aproximadas de quem mora longe do centro só serviria caso a prefeitura soubesse o que os moradores de cada bairro gostariam de assistir. Caso contrário, eles terão de se contentar com o que foi programado ali ou se locomover para ainda mais longe do que fariam para ir ao centro.

    O plano pode, na prática, inviabilizar a circulação e restringir o público do evento.

    As atrações principais se apresentarão no Sambódromo do Anhembi (zona norte), na Chácara do Jockey (zona oeste), no autódromo de Interlagos (zona sul), no parque do Carmo (zona leste) e na praça do Campo Limpo (zona sul).

    Os palcos são tão distantes entre si que quem quiser ir a um show no parque do Carmo e, em seguida, ver alguma atração na praça do Campo Limpo, levará ao menos duas horas para se locomover via transporte público.

    Ou seja, o provável é que as pessoas escolham apenas um local e passar nela boa parte –ou todo o evento.

    TRANSPORTE

    Para facilitar o deslocamento, a Secretaria Municipal de Cultura informa a alteração de 64 linhas de ônibus. Deste total, 57 operam no centro da cidade.

    Com exceção da linha 15-prata (Oratório-Vila Prudente), todas as demais operadas pelo Metrô funcionarão de maneira ininterrupta durante o evento.

    Já na linha amarela,gerida pela Via Quatro, não vai operar nem Luz nem na República durante a madrugada e no domingo. Apenas o trecho Paulista-Butantã ficará disponível. As estações, que servem outras linhas, estarão abertas, mas sem a possibilidade de embarque para a linha 4.

    A CPTM também funcionará durante todo o evento, com intervalos de 30 minutos entre 1h e 4h de domingo.

    ATRAÇÕES

    Neste ano, a prefeitura também anunciou que não pagaria altos cachês aos artistas participantes.

    Com 200 atrações a mais do que em 2016, desta vez os nomes mais fortes são Daniela Mercury, com um cachê de R$ 60 mil, e Fafá de Belém, que sobem no palco do Sambódromo do Anhembi, além Alcione, que canta no parque do Carmo.

    Outros nomes que têm apelo para atrair público ao evento são Titãs, que recebem R$ 50 mil para tocar no Anhembi, e É o Tchan, que embolsa R$ 60 mil para ir a cortejo no centro. Já Diogo Nogueira receberá R$ 70 mil para se apresentar no parque do Carmo.

    O restante da programação se apoia em nomes menos conhecidos. É possível garimpar curadorias bem pensadas, como a do Centro Cultural São Paulo, que receberá nomes como Juçara Marçal, Tiê, Anelis Assumpção e Cidadão Instigado.

    A prefeitura afirma que, para democratizar a programação, 75% da seleção saiu de um chamamento. No entanto, não informou à reportagem a listagem com os nomes desses artistas.

    *

    DESTAQUES

    Chácara do Jockey
    20/5 18h Liniker e os Caramelows
    20/5 20h30 As Bahias e a Cozinha Mineira convidam Tulipa Ruiz
    21/5 1h30 Dona Onete convida Gaby Amarantos

    Parque do Carmo
    21/5 13h Diogo Nogueira
    21/5 17h Alcione

    Sambódromo
    20/5 18h Daniela Mercury
    21/5 0h30 Fafá de Belém
    21/5 16h30 Titãs

    Centro Palhaço Carequinha
    21/5 18h Mano Brown

    Centro Cultural da Penha
    21/5 18h Erasmo Carlos

    Praça Dom José Gaspar
    20/5 18h Vitor Araujo
    20/5 20h Quartabê

    Rua Barão de Itapetininga
    21/5 14h É o Tchan e Molejo

    Confira a programação completa no site da Virada Cultural.

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