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    Virada Cultural

    Em 'palco da resistência', As Bahias e a Cozinha Mineira protestam por voto

    CAMILA BACCARIN
    DA EDITORA DE TREINAMENTO

    20/05/2017 23h42

    Enquanto Raquel Virgínia dava as boas vindas, Assussena Assussena, ainda em silêncio, mostrou um pequeno cartaz com os dizeres "Quero votar". O público aplaudiu as cantoras transexuais da banda As Bahias e a Cozinha Mineira.

    Com mais plateia que o show de Liniker, a banda abriu com a canção "Apologia às Virgens Mães", com imagem da Virgem Maria no telão.

    A apresentação ganhou força quando Raquel falou "este é o palco da resistência" e, na sequência convidou, as cantoras Liniker e Tulipa Ruiz para cantarem, a quatro vozes, "Pagu", de Rita Lee e Zélia Duncan.

    Tulipa Ruiz também disse palavras de protesto ao pegar o microfone. "Primeiramente, fora Temer e diretas 'now'".

    No final do show, Raquel Virgínia puxou uma selfie com o público com a contagem "1,2,3, Fora, Temer!"

    NOVO MODELO

    Roberta Ramunno, 27, vendedora, e Angélica Garção, 28, assistente de marketing, vieram de ônibus especialmente para o show, mas acharam a sinalização muito ruim.

    Levamos mais de duas horas para chegar e demos voltas para encontrar a entrada", disse Roberta. As amigas, que já participaram de outras edições da Virada Cultural, ainda falaram que o tipo de público que gosta dessa música não está na região. "No centro o acesso era mais fácil, não gostamos desse novo formato", afirmou Angélica.

    Eliana Teruel, 60, professora de espanhol, e Roseana Lima, 61, massoterapeuta, falaram que há pontos positivos e negativos no novo modelo adotado pela prefeitura de João Doria.

    "O lado bom é que as pessoas parecem mais tranquilas, estão curtindo, podemos ver o show mais próximo do artista e para mim, que moro perto, foi bem conveniente para vir. Mas as opções estão aqui [neste palco], ali e acabou. Perdemos a oportunidade de passear no centro e conhecer novas pessoas. A descentralização pode ser melhor discutida", diz Eliana.

    Já Roseana falou que no ano passado deixou de ir à Virada Cultural pois havia "muita gente, muito trânsito no centro".

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