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    Filho e neto homenageiam Tom Jobim, que faria 90 anos

    NAIEF HADDAD
    DE SÃO PAULO

    02/06/2017 02h00

    Zanone Fraissat/Folhapress
    SAO PAULO/SP BRASIL. 22/05/2017 - Daniel Jobim (neto) se preparam para show no Sesc Belenzinho em homenagem ao avo, que faria 90 anos em 2017.(foto: Zanone Fraissat/FOLHAPRESS,ILUSTRADA)***EXCLUSIVO***
    Daniel Jobim, que prepara show em homenagem ao avô, Tom Jobim

    Ainda bem moleque, Daniel passou a acompanhar o avô Tom Jobim nos shows que o compositor fazia ao lado de Miúcha e Vinicius de Moraes.

    Aos seis anos, Daniel estava sentado ao lado do palco do Canecão, no Rio, quando o avô gesticulou para o menino a fim de que se juntasse aos músicos. Titubeante, o garoto caminhou palco adentro até sentir a luz forte dos holofotes bater no seu rosto. Assustado, saiu correndo. "Foi o batismo. Depois disso, fiquei preso a essa vida [risos]. Aquela luz me prendeu", lembra Daniel Jobim, hoje com 44 anos.

    Ele passou a acompanhar o avô em shows e ensaios até a morte de Tom, em 1994. Virou um dos guardiões mais zelosos da obra jobiniana.

    Como pianista e cantor, Daniel não se preocupa em reinventar os clássicos de Tom, que faria 90 anos em 2017. "Há quem mude os arranjos, o que pode ser bom por trazer novas visões. Mas, às vezes, alterações descaracterizam a música. Nós gostamos dos arranjos originais, como aprendemos no passado", diz ele à Folha.

    "Nós", no caso, quer dizer a Nova Banda Tom Jobim, que se apresenta no Sesc Belenzinho neste fim de semana. Além de Daniel, o grupo reúne Paulo Jobim (filho de Tom e pai de Daniel, na voz e no violão), Paulo Braga (bateria) e Rodrigo Villas (baixo).

    Se não há surpresas nos arranjos, tampouco elas devem aparecer no repertório. Estarão no show "Desafinado", "Samba de uma Nota Só", "Insensatez", entre outros clássicos. Nesse caso, e não são muitos na arte, o previsível pode ser bom, muito bom.

    Além dos shows com essa banda, que deve percorrer o interior paulista em setembro, Daniel participa da turnê da cantora portuguesa Carminho, que viajará por países da Europa nas próximas semanas. Em dezembro, ela gravou um disco dedicado a Tom.

    Neste ano, Daniel ainda estará ao lado do guitarrista americano de jazz John Pizzarelli em apresentações que celebram outra efeméride, os 50 anos de lançamento do disco "Francis Albert Sinatra & Antonio Carlos Jobim".

    Com o cotidiano repleto de Tom, é natural que Daniel tenha ficado mal-acostumado. "Gosto de ouvir músicas complexas. Meu avô estudava as tonalidades, eram até 12 tons em cada composição. Não quero falar mal de ninguém, mas a música que se faz hoje no Brasil é ruim, monótona."

    Se estivesse vivo, Tom Jobim estaria lamentando essa situação? "Não. Ele não era de lamentar, ele fazia melhor e mostrava o caminho."

    NOVA BANDA TOM JOBIM

    QUANDO sáb. (3), às 21h, e dom. (4), às 18h

    ONDE Sesc Belenzinho, r. Padre Adelino, 1.000, tel. (11) 2076-9700

    QUANTO R$ 20

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