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    Crimes terão castigo em 'Pega Pega', nova novela das 19h

    DIEGO BARGAS
    ENVIADO ESPECIAL AO RIO

    06/06/2017 02h00

    Paulo Belote/Divulgação Globo
    Agnaldo (João Baldasserini), Sandra Helena (Nanda Costa), Julio (Thiago Martins) e Malagueta (Marcelo Serrado): os ladrões de 'Pega Pega'
    Os Ladrões - Malagueta (Marcelo Serrado), Agnaldo (João Baldasserini), Sandra Helena (Nanda Costa), Julio (Thiago Martins)

    Poucas semanas antes de começar a divulgar "Pega Pega", novela que estreia hoje na faixa das 19h, a Globo trocou o nome da atração: o anterior, "Pega Ladrão", poderia remeter ao baixo astral dos noticiários dominados por denúncias de corrupção, delações e políticos com a corda no pescoço.

    "Pega Pega" gira em torno de um crime, mas vai por outro caminho. "Não é uma novela sobre impunidade, tudo terá consequência", avisa a autora, Claudia Souto.

    "Desde que entreguei a sinopse, em 2012, eu tinha vontade de discutir a ética da população. Até onde você é capaz de ir por dinheiro, e o que cada um precisa para viver."

    Boa parte da trama é ambientada no Carioca Palace, um hotel erguido nos Estúdios Globo nos moldes do Copacabana Palace, e que inclusive será "levado" para a orla da praia com efeitos visuais. "É interessante ver um lugar onde todas as classes interagem, com hóspedes de luxo e funcionários dos mais humildes até os mais sofisticados. É um microcosmo da sociedade", define a autora.

    Nos primeiros capítulos, Pedrinho (Marcos Caruso), dono do hotel, vende o empreendimento por R$ 40 milhões. Ele pretende fugir sem prestar contas -vai sonegar e deixar os funcionários na mão. Quatro deles arquitetam e executam um plano para roubar o dinheiro.

    O público saberá quem são os autores do crime e suas motivações: Malagueta (Marcelo Serrado), o ambicioso concierge; Sandra (Nanda Costa), a camareira que quer ser dondoca; Agnaldo (João Baldasserini), um recepcionista que inveja os hóspedes; e Julio (Thiago Martins), o dedicado garçom que precisava pagar o aluguel.

    "Eles não são profissionais do ramo da bandidagem", afirma Souto, ao abordar a metáfora central da novela: "Os personagens estão no dilema de como levar uma vida sem considerar naturais determinadas incorreções".

    Luiz Henrique Rios, diretor da atração, reconhece que o o público vai acabar criando empatia pelos ladrões."As pessoas podem amar quem fez algo errado: a questão é se elas vão torcer pela correção desses erros e para que não aconteça outra vez". Para ele, "o fundamental é fazer os espectadores pensarem: 'Nessa situação, o que eu faria?'."

    A nova trama foi precedida por "Rock Story" e "Haja Coração", que tiveram bons resultados no Ibope pela leveza e pela abordagem -as novelas das 19h podem ser escapistas. Já "Pega Pega" pretende usar do humor para despertar reflexão.

    "Essa história renderia uma novela das 21h densa, mas optamos pelo vaudeville, por tornar cômico o trágico", diz o diretor. "As novelas fazem tanto sucesso porque falam dos nossos valores. Vamos falar de ética porque estamos em um dilema ético profundo. O bom da novela é o papo. A gente bate um papo com 50 milhões de pessoas. Mas o importante não é o que dizemos, e sim o que as pessoas dizem entre elas."

    O jornalista viajou a convite da Globo.

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