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    Crítica

    'Paris Pode Esperar' fisga pelo olhar e estômago

    MARINA GALEANO
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

    08/06/2017 02h45

    Divulgação
    Cena do filme 'Paris Pode Esperar
    Cena do filme 'Paris Pode Esperar'

    PARIS PODE ESPERAR (bom)
    ELENCO: Diane Lane, Alec Baldwin, Arnaud Viard
    PRODUÇÃO: EUA, 2016, 14 anos
    DIREÇÃO: Eleanor Coppola
    Veja salas e horários de exibição.

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    "Paris Pode Esperar", em cartaz a partir desta quinta, traz um sobrenome de peso atrás das câmeras. Aos 81 anos, Eleanor Coppola ao público o resultado de seu primeiro trabalho como diretora de um longa-metragem de ficção.

    Mulher de Francis Ford Coppola, mãe de Sofia e Roman Coppola, Eleanor não é nenhuma novata e tampouco nega a veia cinematográfica da família.

    Entre outras obras, a norte-americana carrega no currículo o elogiado "Apocalipse de um Cineasta" (1991), documentário que revela os bastidores de "Apocalypse Now" (1979), um dos maiores sucessos assinados por seu marido.

    Durante 238 dias, ela registrou cada problema e cada conflito enfrentados na produção do emblemático filme sobre a guerra no Vietnã, rodado nas Filipinas -de questões técnicas às dificuldades na tomada de decisões especificamente artísticas.

    Toda a reflexão, tensão e densidade que permeiam esse documentário, porém, não encontram qualquer brecha em "Paris Pode Esperar". Pelo contrário.

    Trata-se de uma comédia romântica sutil, despreocupada, sem a menor ambição de mergulhar em polêmicas ou dilemas existenciais.

    Anne (Diane Lane) é uma mulher de meia-idade, casada com um renomado e workaholic produtor de cinema, Michael Lockwood (Alec Baldwin). Sempre consumido por compromissos, Michael mal consegue dar atenção à esposa.

    Em meio a uma crise velada no casamento e na própria vida, Anne se vê na estrada com um dos sócios de seu marido, o "bon-vivant" Jacques Clément (Arnaud Viard).

    A bordo de um Peugeot caindo aos pedaços, os dois atravessam o sul da França rumo à Cidade Luz, numa viagem de fazer inveja a qualquer mortal.

    Paisagens belíssimas, história, arte, arquitetura, as melhores comidas e os melhores vinhos ampliados na tela. Com uma fotografia que se sobrepõe à trama, o longa fisga o espectador pelo olhar e pelo estômago.

    Mas o jogo de galanteio e esquiva entre Jacques e Anne também tem seus encantos. Embalada por imagens exuberantes, edição ágil e elenco entrosado, a narrativa ganha charme, ritmo e leveza.

    Agradavelmente despretensioso, "Paris Pode Esperar" chega aos cinemas como mais uma boa surpresa de sobrenome Coppola.

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