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    Ministro interino da Cultura, João Batista diz querer 'blindar' a pasta

    ISABELLA MENON
    DE SÃO PAULO

    08/06/2017 02h15

    Divulgação/MinC
    O ministro interino da Cultura, João Batista de Andrade
    O ministro interino da Cultura, João Batista de Andrade

    "Instabilidade muito grande", avalia João Batista de Andrade, ministro interino da Cultura, sobre a pasta que já foi comandada por quatro nomes desde 2016. Nada incomum. Criada em 1985, o ministério já teve 20 chefes em sete mandatos presidenciais.

    "Isso prejudicou muito a política cultural e o próprio setor", diz Batista, que acha que a situação gerou "atraso de contas". "Como se desenvolve projetos com uma descontinuidade política desse tamanho?"

    Entre os problemas que o MinC enfrenta, estão as 20 mil contas de projetos da Rouanet cuja análise está atrasada. "Imagina o prejuízo enorme para a sociedade uma lei que vai ficando deteriorada com tanto atraso e passivo?"

    Para o ministério, o número reflete pendências histórias, não apenas de projetos da Lei da Rouanet ainda não analisados, mas também convênios de pontos de Cultura e contratos de audiovisual.

    A pasta afirma que mais profissionais foram contratados a fim analisar os processos que ainda precisam.

    Batista assumiu o ministério interinamente após Roberto Freire (PPS-SP) pedir para deixar a pasta, em maio, como resultado da crise política, gerada pelo vazamento do áudio entre o presidente Michel Temer e Joesley Batista, da JBS.

    O atual ministro, por sua vez, diz que lamentou a saída de Freire. Para ele, o político do PPS tinha influência no Legislativo.

    CRÍTICAS

    Diretor de filmes como "O Homem que Virou Suco", o ministro interino conta que amigos o questionam em tom de crítica quanto a sua participação no governo Temer.

    "Alguns me incomodam muito e chegam a dizer 'como você participa dessa ditadura Temer, em que o próprio presidente é chamado para depor?'"

    Ele diz não responder as críticas, pois acredita que "é preciso blindar o Ministério da Cultura, pela sua importância apartidária".

    Convidado em março para presidir a Ancine, Batista não deve mais assumir o cargo. Procurado, o MinC afirma não ter ainda um nome para a vaga na agência.

    Questionado sobre as reclamações da classe artística quanto aos cortes no setor, Batista diz que a culpa não é de ministros e secretários de cultura. Para ele, a sociedade civil precisa se "mobilizar" por mais investimentos.

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