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    Crítica

    Com trama morna, 'Tudo e Todas as Coisas' não encharca lencinhos

    MARINA GALEANO
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

    16/06/2017 02h04

    TUDO E TODAS AS COISAS (regular)
    DIREÇÃO: Stella Meghie
    ELENCO: Amandla Stenberg, Nick Robinson, Anika Noni Rose
    PRODUÇÃO EUA, 2017 (12 anos)
    Veja salas e horários de exibição.

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    Divulgação
    Amandla Stenberg como menina com doença que a impede de sair de casa, em cena do filme 'Tudo e Todas as Coisas
    Amandla Stenberg em cena do filme 'Tudo e Todas as Coisas'

    Em 2014, o casal Hazel Grace (Shailene Woodley) e Augustus Waters (Ansel Elgort) levou às lágrimas milhões de espectadores que estiveram nos cinemas para conferir "A Culpa É Das Estrelas".

    Mais do que isso, a dupla impulsionou um filão bastante explorado nos últimos anos: as adaptações às telonas de best-sellers infantojuvenis carregados de drama, geralmente sobre a iminência da morte.

    Agora, é a vez de "Tudo e Todas as Coisas", inspirado na obra homônima de Nicola Yoon, que estreou nesta quinta-feira (15).

    Dirigido pela canadense Stella Meghie, o longa-metragem reconta a história de Maddie (Amandla Stenberg), uma garota de 18 anos que vive às sombras de uma rara doença autoimune e, por isso, nunca saiu na rua.

    Sua resignada existência se resume à casa envidraçada, aos livros, à internet e ao convívio com apenas duas pessoas: a mãe, Pauline (Anika Noni Rose) e a enfermeira, Carla (Ana de la Reguera).

    Mas o conformismo e a melancolia de Maddie desmoronam quando Olly (Nick Robinson) se muda para a vizinhança. Pouco a pouco, a adolescente vai quebrando as paredes que a separam do primeiro amor e, acima de tudo, do mundo lá fora.

    Embora não traga nada efetivamente inovador e se valha de algumas fórmulas, o filme consegue manter a atenção do público.

    Equilibra drama e leveza nos enquadramentos, na fotografia, na paleta de cores, na trilha sonora. O roteiro, ainda que um tanto ingênuo, não se entrega de bandeja ao espectador.

    Por outro lado, as atuações medianas não contribuem para alavancar a história.

    PRÍNCIPE SEM TEMPERO

    Os gestos tímidos de Stenberg, por exemplo, até combinam com a apatia de Maddie. Porém falta energia à jovem atriz, que, em diversas cenas, deixa escapar um certo desconforto com o protagonismo.

    Já Nick Robinson não tem chance de demonstrar qualquer talento, muito em função das limitações de seu personagem. Olly é quase um príncipe encantado, sem defeitos, sem tempero e sem complexidade.

    Morno, assim como o resultado final de "Tudo e Todas as Coisas", que não deve encharcar lencinhos ou arrancar suspiros da plateia. No máximo um sorriso de canto de boca compatível com aqueles provocados por filmes da "Sessão da Tarde".

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