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    Líder do Bleachers, Jack Antonoff vira compositor queridinho das estrelas

    JOE COSCARELLI
    DO "NEW YORK TIMES"

    16/06/2017 02h02

    Quando Jack Antonoff, 33, encontrou seu primeiro sucesso, mais de uma década depois de começar a excursionar como músico, ele abandonou sua a banda.

    O grupo, chamado Fun, era um projeto paralelo. Mas, em 2012, depois que "We're Young", canção da banda, se tornou trilha de um comercial veiculado no SuperBowl e tocou no seriado "Glee", Antonoff se viu desfrutando de "um sucesso verdadeiramente desumano, maluco".

    A banda ganhou um disco de platina, excursionou pelo mundo inteiro, e conquistou prêmios Grammy. Em seguida, recusou-se a gravar um novo álbum.

    "Lembro de ter sentido imediatamente que não queria estar tocando 'We're Young' aos 35 anos", diz Antonoff.

    Tawni Bannister/The New York Times
    Jack Antonoff em réplica de seu quarto de adolescente, montada num trailer para uma tour
    Jack Antonoff em réplica de seu quarto de adolescente, montada num trailer para uma tour

    Mas sua aversão não era ao estrelato, ou ao fardo do megassucesso, duas coisas que continua a buscar como produtor e compositor de estrelas como Lorde e Taylor Swift.

    Nascida desse espírito próximo à autossabotagem, a banda Bleachers é um projeto pessoal que se tornou parte central da vida de Antonoff.

    O segundo álbum do grupo saiu em junho e leva adiante a abordagem maximalista adotada por Antonoff nas composições de pop-rock contagiantes, que falam sobre perda e a dificuldade viver.

    Sujeito ao mesmo tempo dentro e fora do pop, tornou-se um dos mais procurados arquitetos de hits modernos.

    POP DOS ANOS 80

    Provou sua fórmula com sucessos como "Brave", de Sara Bareilles, e "Out of the Woods" e "Don't Wanna Live Forever", para Swift (a segunda com Zayn Malik). E ajudou a impulsionar a retomada do pop dos anos 1980.

    No processo, tornou-se referência para um setor que antes o via como curiosidade, e conquistou a posição de favorito de muitos artistas, especialmente entre as mulheres.

    "Às vezes ele se senta ao piano, começamos a improvisar e a canção parece surgir sozinha", diz Taylor Swift, por e-mail.

    Logo depois do lançamento do Bleachers, virá o álbum "Melodrama", de Lorde, do qual Antonoff é produtor-executivo. Saltando com facilidade entre mundos, ele trabalha em novas composições com a cantora e guitarrista St. Vincent. Também já tem reservado tempo de estúdio com Pink, Carly Rae Jepsen e a banda The Killers.

    Para Antonoff, isso tipicamente quer dizer uma salinha lotada de sintetizadores e decorada com recortes de revistas no apartamento que ele divide com sua namorada, Lena Dunham.

    Depois de convidar os músicos a visitar seu modesto espaço, ele começa com uma pergunta: "Qual é a pior coisa que já aconteceu com você?" Antonoff procura uma experiência mais intensa, terapêutica. Ele define o processo como "escavação". Seu trabalho vem da intimidade.

    "O que um garoto vai ouvir que o faça realmente se ver na música?", indaga Antonoff.

    Se a empatia é o superpoder dele como compositor, é porque o músico tem uma história trágica.

    "Vi minha irmã morrer e isso me mudou para sempre."

    A morte de sua irmã, aos 13 anos, de um tumor cerebral, aconteceu pouco após o 11 de Setembro. Excursionar com a banda se tornou uma forma de escape para Antonoff.

    A lembrança da irmã é de muitas maneiras o propulsor do Bleachers, grupo cuja premissa é a conexão humana.

    "Era uma história que me sinto muito compelido a contar", diz Jack Antonoff. "É o que faz com que eu sinta ter motivo para viver".

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