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    Crítica

    Thriller policial 'A Corte Infiltrada' tem elementos do noticiário

    FREDERICO VASCONCELOS
    DE SÃO PAULO

    20/06/2017 02h00

    A CORTE INFILTRADA (regular)
    QUANTO: R$ 39,90 (264 PÁGS.)
    AUTOR: Andrea Nunes
    EDITORA: Buzz

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    No momento em que a realidade supera de longe a ficção nos três Poderes da República, a Buzz Editora relança o livro "A Corte Infiltrada", obra cuja trama ficcional tem como cenário principal o Supremo Tribunal Federal. A autora, Andrea Nunes, é promotora de Justiça e atua no combate à corrupção no Recife.

    O thriller policial gira em torno da tentativa do crime organizado de se infiltrar na mais alta Corte do país. O objetivo é influir na decisão dos ministros que julgarão o líder de uma facção criminosa que domina presídios e espalha o terror em várias cidades.

    O roteiro tem ingredientes que frequentam o noticiário: escolha de um novo ministro do Supremo, jornalismo investigativo, corrupção, fraudes em licitações, aquisição de patentes de pesquisas para uso criminoso, tráfico de influência e conivência de autoridades, lavagem de dinheiro e infiltração de bandidos em órgãos públicos.

    MONGE ASSASSINADO

    Um ex-repórter policial investiga a misteriosa morte de um monge budista num hotel, em Brasília, assassinado horas antes de uma audiência com o presidente do STF.

    O jornalista obtém a ajuda de uma jovem às vésperas de ser ordenada monja num Mosteiro Zen-Budista em Aldeia, bairro da região metropolitana do Recife. O mosteiro mantém parceria com o vizinho Instituto de Neurociências.

    O enredo mistura práticas de meditação budista e mecanismos de estimulação do cérebro desenvolvidos por neurocientistas.

    O plano consiste em instalar um sistema de telefonia celular no STF que –por "estimulação magnética transcraniana"– "flexibilizaria o julgamento moral pelos ministros", deixando-os mais "sensíveis" aos argumentos da defesa para absolver o perigoso réu.

    A Corte Infiltrada
    Andrea Nunes
    l
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    Além de ameaças, atentados e assassinatos, elementos de suspense em romances policiais, a apuração se desenvolve em meio a interpretações de mandalas, mudras e mantras, além de mensagens cifradas no Alfabeto Congo (utilizado por organizações criminosas, como o Comando Vermelho e o Primeiro Comando da Capital).

    Afastar-se do ambiente silencioso de meditação e orações matinais para envolver-se numa perigosa investigação policial –atraída pelo charmoso parceiro jornalista– é um desafio que coloca em jogo o karma da jovem budista. Ou seja, a sedução é um teste para sua vocação antes de se entregar a uma vida monástica.

    O desfecho do livro surpreende o leitor.

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