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    Show une músicos refugiados da Palestina, Guiné e Síria em SP

    RAFAEL BALAGO
    DE SÃO PAULO

    24/06/2017 04h00

    Marlene Bergamo/Folhapress
    ILUSTRADA - Sao Paulo - Os musicos refugiados Mariana Camara, Abu, Ibrahim, Salam Al Sayyed e Leo Bianchini 09/06/2017 - Foto - Marlene Bergamo/Folhapress - 017 -
    Da esq. p/ a dir., os músicos Salam Al Sayyed, Abou, Leo Bianchini, Mariama Camara e Ibrahim

    Enquanto três percussionsistas da Guiné tocam tambores de seu país, um cantor pega o microfone e solta a voz em árabe. Alguns minutos depois, o batuque africano e o som de um alaúde, tocado por um sírio, são a base para dois brasileiros fazerem um dueto de "Asa Branca".

    Cenas assim são comuns nos ensaios do projeto Músico Cidadão, realizados às terças no Al Janiah, centro cultural palestino em São Paulo.

    A ideia de juntar brasileiros e refugiados de várias origens para fazer música juntos foi de Leo Bianchini, 33, do coletivo 5 a Seco.

    "Nos ensaios, eles sempre trazem mais um, dois músicos que não conhecíamos antes", diz Bianchini.

    Assim, o grupo ainda não tem formação definitiva. No show deste sábado (24), em São Paulo, parte do festival Manifeste, irão ao palco Mariama Camara e Abou Sissé e Anmounoma Lupeta, da Guiné, o sírio Salam Alsayyed e o palestino Amin Fawze, além de Bianchini e do brasileiro Barão di Sarno.

    Os músicos estrangeiros tem relação longa com a arte. Salam, 50, veio da Síria para o Brasil há dois anos e meio. Em seu país, era professor de escultura. Aqui, vende doces sírios. "A integração entre a música árabe e a africana não é difícil", diz.

    Já Mariama, 37, fazia parte de um grupo de balé na África antes de emigrar, há nove anos. Em São Paulo, dá aulas de dança e de música, prepara comidas típicas e faz trabalhos com cabeleireira.

    Depois dos ensaios, há uma aula de percussão, aberta ao público, com Abou e Ibrahim, da Guiné. A mensalidade custa R$ 120.

    Os dois falam apenas francês e o dialeto sussu. Para ensinar, eles cantarolam o ritmo da música a ser aprendida e, no início, tocam o mesmo tambor junto com o aluno. Depois, vão se afastando aos poucos, até deixar o som por conta dos estudantes. Se o ritmo está errado, usam gestos para acertar o tom.

    *

    MÚSICO CIDADÃO
    QUANDO sáb. (24), às 16h
    ONDE Projeto 242, r. da Glória, 900, Liberdade, tel. (11) 2537-3441
    QUANTO R$ 15

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