"Mulher-Maravilha" conseguiu. O longa de Patty Jenkins se tornou, no último fim de semana, o novo recordista entre os filmes com atores dirigidos por mulheres na história do cinema –ou seja, desconsidera-se aqui a animação "Frozen", codirigida por Jennifer Lee e Chris Buck.

Com US$ 652,9 milhões, deixou bem para trás "Mamma Mia!", que arrecadou US$ 609,8 milhões em 2008. E o que isso representa para as mulheres na direção? A rigor, nada. Ou muito pouco.

Nem um grande êxito de público é garantia de continuidade. Veja o exemplo do recordista anterior, "Mamma Mia!": o musical tem uma sequência prevista para 2018.

No entanto, a diretora Phyllida Lloyd foi preterida. Será substituída por Ol Parker, de "O Exótico Hotel Marigold". E olha que Lloyd comandou "A Dama de Ferro", filme que rendeu o Oscar à estrela de "Mamma Mia!", Meryl Streep.

A terceira colocada é Sam Taylor-Johnson, diretora de "Cinquenta Tons de Cinza" (2015), filme que somou US$ 571 milhões no mundo.

Os produtores devem ter achado pouco, pois trocaram a moça por James Foley para a sequência. Resultado nas bilheterias: míseros US$ 378,8 milhões. Que tal então voltar com Sam para o terceiro filme da série nas telas? Nada disso. Foley ganhou nova chance e foi novamente escalado.

Último caso, "Crepúsculo". Baseado em best-seller escrito por uma mulher e com uma jovem como heroína, a trama chegou aos cinemas pela mão de Catherine Hardwicke, que teria a sensibilidade necessária para levar a obra às telas.

	Editoria de Arte/Folhapress

Com orçamento modesto (US$ 37 milhões), o filme arrecadou US$ 393,6 milhões. Nos outros longas da saga, com produções cada vez mais grandiosas, Catherine não foi chamada nenhuma vez.

E, apesar de ser o novo recordista entre as mulheres, "Mulher-Maravilha" é apenas o 107º no ranking geral. Claro que a aventura com Gal Gadot ainda vai subir bastante nesse ranking, mas dificilmente chegará ao top 10, por exemplo. O recordista absoluto continua sendo "Avatar" (2009), de James Cameron, com US$ 2,79 bilhões.

PATTY OUTRA VEZ

Logo depois do sucesso da estreia, quando "Mulher-Maravilha" foi o primeiro filme de uma mulher a superar a marca de US$ 100 milhões num fim de semana, Jenkins foi questionada sobre a façanha. Primeiro, mostrou-se atordoada com o sucesso do longa. Mas, logo em seguida, ponderou: "Também estou surpresa de como isso é raro".

Pelo menos "Mulher-Maravilha" pode tornar isso mais comum. De acordo com a "Variety", uma sequência com a heroína da DC já está em desenvolvimento, com Jenkins no comando.