• Ilustrada

    Wednesday, 01-May-2024 13:50:44 -03

    Crítica

    Ariana Grande apresenta show sem surpresas em São Paulo

    MARINA CONSIGLIO
    DE SÃO PAULO

    02/07/2017 17h58 - Atualizado às 22h16

    ARIANA GRANDE - DANGEROUS WOMAN TOUR (bom)

    *

    O anoitecer de sábado (1°) nos arredores do estádio Allianz Parque, em São Paulo, foi marcado por uma invasão de tiaras com orelhas de gatinho. O adereço é símbolo da cantora americana Ariana Grande, 24, e da sua jovem legião de fãs, os "arianators".

    Para sua segunda passagem pelo Brasil –a primeira foi em 2015–, a expectativa era alta. Em parte pelo sucesso de seu último álbum, "Dangerous Woman" (2016), em que apresenta um pop mais crescidinho, em parte pelo recente episódio em que um ataque suicida deixou 22 mortos na saída de um show da cantora em Manchester, na Inglaterra.

    Ocorrido em maio, o atentado motivou uma suspensão temporária da turnê. Os shows no Brasil –ela também se apresentou no Rio na quinta (29)– foram alguns dos primeiros depois do breve hiato. A segurança reforçada refletiu a preocupação pós-tragédia, com policiais militares e caminhões do Batalhão de Choque escoltando a região e com a revista cautelosa do público na entrada.

    Dentro do estádio, o clima era de matinê: o público de Ariana é formado por crianças e adolescentes, muitos acompanhados dos pais, e jovens de 20 e poucos anos.

    A apresentação estava marcada para as 20h. Com alguns minutos de atraso, um vídeo da cantora fazendo caras e bocas iniciou a contagem regressiva para o show, cujo roteiro já era conhecido por quase todos ali: teria quatro partes e um bis. Ela começaria cantando "Be Alright" e encerraria com "Dangerous Woman". No recheio, seus principais hits.

    Ouça no deezer

    Apesar da baixa estatura –ela tem 1,53 m–, Ariana tem boa presença de palco. Dona de uma afinada voz de soprano lírica, ela exibe seus dotes artísticos sem esforço e encanta o público, que entoa junto as canções, apresentadas da maneira como foram gravadas nos álbuns. Mas só.

    Não há grandes pirotecnias –além dos telões, que exibiam vídeos complementares às canções, foram poucas as "graças" apresentadas durante o show– ou até mesmo interações com o público, além de um ou outro
    "Obrigada, São Paulo". A sensação que fica é a de que a cantora ainda precisa se mostrar mais para entrar para o hall das gigantes do pop.

    A falta de diálogo com o público, alguns dizem, está ligada ao trauma sofrido pelo atentado. No momento mais emocionante do show, ela canta uma poderosa versão de "Somewhere Over the Rainbow", famosa na voz de Judy Garland, e ao fundo se vê um símbolo de luto estilizado com as orelhinhas de coelho que marcam a atual turnê. Uma bela homenagem às vítimas do ataque.

    Edição impressa

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024