• Ilustrada

    Sunday, 28-Apr-2024 22:44:57 -03

    Pai da música eletroacústica e avô do tecno, Pierre Henry morre aos 89

    DA AFP

    06/07/2017 12h01

    Stephane de Sakutin/AFP
    O compositor Pierre Henry trabalhando em estúdio em Paris, em 2007
    O compositor Pierre Henry trabalhando em estúdio em Paris, em 2007

    O compositor francês Pierre Henry, considerado um dos pais da música eletroacústica e um dos inspiradores da eletrônica, morreu, aos 89 anos, em Paris, na madrugada desta quinta (6).

    "Ele completaria 90 anos em 9 de dezembro", afirmou Isabelle Warnier, sua auxiliar e amiga da família.

    Considerado por algumas pessoas o "avô da música tecno", Pierre Henry preferia ser definido, sem modéstia, como o "pai da música moderna".

    Ouça no deezer

    Seu nome está associado à "música concreta" (ruídos ou sons gravados) fundada por Pierre Schaeffer (1910-1995), movimento ao qual está vinculada a maior parte de suas mais de cem obras.

    "Pierre Henry integrava ao lado de Schaeffer e (Karlheinz) Stockhausen o grupo dos grandes decifradores sonoros do século 20, que mudaram a forma de conceber a música", disse o compositor francês Jean-Michel Jarre.

    Para Pierre Henry, a "música não era feita apenas de notas musicais teóricas, e sim de sons como o ruído de uma porta, do vento ou da chuva", disse Jarre.

    Nascido em 9 de dezembro em 1927 em Paris, Pierre Henry entrou aos nove anos no conservatório.

    Em 1950, compôs, ao lado de Schaeffer, com quem havia fundado o Grupo de Estudos de Música Concreta, "Sinfonia para um Homem Sozinho", que utiliza a técnica do "piano preparado": vários objetos são inseridos entre as cordas e a caixa de ressonância.

    Sua música era metafísica e humana. Permeada por ruídos diversos, objetos cotidianos e estridências, era propícia à imaginação, como ele mesmo afirmava.

    Ele inspirou muitos coreógrafos, como George Balanchine, Merce Cunningham e Maguy Marin. Mas sua colaboração mais criativa aconteceu com Maurice Béjart, com quem compôs 15 obras, entre elas "Missa para o Tempo Presente".

    Deste álbum, a melodia eletrônica "Psyché Rock", coescrita com Michel Colombier, teve grande sucesso comercial e foi utilizada diversas vezes no cinema, na publicidade e por artistas da música eletrônica como Fatboy Slim, Saint Germain e Dimitri from Paris.

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024