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    Mostra deixa Seattle pela 1ª vez e traz 199 itens para lembrar Nirvana ao Rio

    MARCO AURÉLIO CANÔNICO
    DO RIO

    08/07/2017 02h01

    Houve um momento, na primeira metade da década de 1990, em que o grunge de Seattle deixou suas raízes underground e se tornou o som dominante na cultura jovem. O Nirvana, um dos motores desse fenômeno, virou a maior banda do mundo.

    Como isso aconteceu é o que a exposição "Nirvana: Taking Punk to the Masses" (levando o punk para as massas) se propõe a contar.

    Criada pelo Museu de Cultura Pop de Seattle, ela deixou os Estados Unidos pela primeira vez e veio ao Brasil, onde está em cartaz no Museu Histórico Nacional, no Rio, até 22 de agosto.

    Orçada em R$ 4,9 milhões e bancada pela Samsung por meio da Lei Rouanet, seguirá para o Lounge Bienal, no parque Ibirapuera, em São Paulo, em setembro, onde ficará até dezembro.

    "Queria contar a história do Nirvana com muito contexto. Essa é a história da banda, mas também de centenas de pessoas que participaram da cena", diz o americano Jacob McMurray, que começou a montar a exibição em 2009 e a inaugurou dois anos depois, em Seattle.

    Segundo ele, o baixista Krist Novoselic, um dos fundadores, ao lado do vocalista e guitarrista Kurt Cobain (1967-94), foi o principal apoiador da ideia e estimulou pessoas próximas da banda a emprestar objetos que guardaram.

    Dos 1.200 itens ligados ao Nirvana que fazem parte do acervo do museu americano, 199 vieram ao Brasil. Alguns deles, como a guitarra que Cobain usou no clipe de "Smells like Teen Spirit", não tiveram permissão de seus donos para viajar e foram substituídos por outros.

    Videoclipe de 'Smells like Teen Spirit'

    Videoclipe de 'Smells like Teen Spirit'

    Os brasileiros podem ver fotos, roupas e instrumentos musicais, além de itens curiosos, como o primeiro contrato do Nirvana, com a gravadora Sub Pop Records, e uma cópia da célebre foto do bebê nadando nu numa piscina, que entraria na capa do disco "Nevermind" (1991).

    Enviada para aprovação da banda, ela traz nas margens duas anotações do diretor de arte Robert Fisher: "Se alguém tiver algum problema com o pinto dele, podemos removê-lo" (não foi necessário) e "podemos tirar o chão da piscina e deixar apenas água azul" (o que foi feito).

    Por mais que sua proposta seja abrangente, a mostra inevitavelmente dá destaque a Kurt Cobain, a mente criativa por trás de tudo.

    Entre os objetos ligados ao músico estão a primeira guitarra que ele quebrou, um cartaz que criou para um show da banda em 1988 –o primeiro com o nome Nirvana– e um desenho feito em sua época de estudante.

    A contradição em criar uma exibição dedicada a uma pessoa declaradamente tímida e avessa a esse tipo de adulação não escapou a McMurray. "Ele provavelmente não teria gostado, e isso foi um desafio quando pensei em como montar a exposição", diz.

    "A história que se conta do Nirvana geralmente é bem deprimente: abuso de drogas, suicídio, drama. Eu queria contá-la de forma inspiradora. São músicos que não tinham quase nada e se tornaram a maior banda do mundo. Quero que jovens vejam e pensem que podem fazer isso também."

    *

    NIRVANA: TAKING PUNK TO THE MASSES
    QUANDO ter. a sex., das 10h às 17h30; sáb., dom. e feriados, das 13h às 17h; até 22/8
    ONDE Museu Histórico Nacional, pça. Mal. Âncora, s/nº, Rio
    QUANTO R$ 25 (ter. a qui.) e R$ 35 (sex. a dom.); 16 anos

    Edição impressa

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